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Torre de transmissão de energia; PMEs têm duas saídas para fugir da alta da conta de luz
Publicado em 3/6/2025 - 5h00
Atualizado em 3/6/2025 - 9h01
A conta de luz, que já havia subido em maio, ficou ainda mais cara em junho devido ao acionamento da bandeira tarifária vermelha pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Para fugir desse peso no bolso, pequenas e médias empresas (PMEs) têm recorrido a soluções como o mercado livre de energia e a geração distribuída, alternativas que oferecem economia na conta de luz sem necessidade de investimentos em infraestrutura.
"Minha conta de luz vinha em torno de R$ 10 mil por mês. Desde que adotei a geração distribuída, minha fatura caiu para cerca de R$ 8,5 mil por mês", conta Matheus Siqueira, proprietário da Da Fazenda Alimentos Congelados, indústria localizada em Goiânia (GO).
Segundo o empreendedor, a economia com energia elétrica foi redirecionada para investimentos na empresa, o que impulsionou o crescimento da receita do negócio — especializado na produção de pães de queijo e derivados lácteos para o mercado do Centro-Oeste.
Na geração distribuída, tanto empresas quanto pessoas físicas podem contratar fornecedores que produzem energia solar ou renovável em locais próximos ao consumo. Nesse modelo, o cliente consegue economizar até 20% na conta de luz, sem instalar placas solares no imóvel.
"Entramos no mercado de varejo em 2023, o que permite que pequenos consumidores acessem a geração distribuída. Com contas a partir de R$ 500, as PMEs já conseguem aderir a essa solução e ter uma economia de até 20% na conta de luz. Quanto maior a fatura, maior a economia", explica Cícero Lima, diretor executivo de varejo da Serena, empresa de geração e comercialização de energia.
No ano passado, a Serena ampliou sua base de clientes em uma média de 25% ao mês, o que reflete o crescente interesse dos brasileiros por energias alternativas e redução de custos. A empresa atua em São Paulo (na área da CPFL Energia) e também nos estados do Ceará, Goiás, Mato Grosso, Bahia, Maranhão, Pará, Piauí, Pernambuco e Rio de Janeiro.
Para empresas com contas de luz acima de R$ 8 mil mensais, outra alternativa é o mercado livre de energia, também chamado de Ambiente de Contratação Livre (ACL). Nesse modelo, é necessário que o consumidor esteja conectado à rede de alta tensão, com voltagem superior a 2,3 quilovolts.
Com isso, as empresas não ficam restritas à concessionária local e podem negociar diretamente com fornecedores no mercado livre, conseguem contratos mais vantajosos e previsibilidade de custos.
De acordo com a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), mais de 70 mil unidades consumidoras já estão conectadas ao mercado livre. Em abril, 94% da energia consumida pela indústria e 43% da usada pelo comércio foram provenientes desse ambiente de contratação.
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