SEM LUZ
STEVE JOHNSON/UNSPLASH
Interruptor desligado; parte da Espanha e de Portugal ficaram sem energia elétrica após apagão
Publicado em 28/4/2025 - 20h29
Um apagão deixou parte da Espanha e de Portugal sem energia elétrica nesta segunda (28) e causou pânico nos moradores da região e também na economia. Em entrevista ao Economia Real, o professor de engenharia elétrica do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), Edval Delbone, afirma que o impacto econômico desta crise é "incalculável", devido à paralisação de indústrias e problemas na mobilidade, como em aeroportos e no tráfego de veículos.
"São valores, às vezes, incalculáveis e altíssimos. Então, é muito importante evitar esses apagões", explica Delbone. O docente reforça que o apagão paralisou diversas atividades, desde partidas de jogos, que foram interrompidas por falhas nos sensores, até a rotina de trabalhadores, afetada pela mobilidade reduzida.
Embora todos sejam prejudicados, o especialista ressalta que as grandes empresas sofrem as maiores consequências. "Quanto maior a empresa, maior o prejuízo", afirma.
"Como é tudo interligado na rede elétrica, é preciso muita atenção, porque um problema localizado pode se espalhar numa velocidade muito alta", diz Delbone, que alerta sobre a possibilidade de novos apagões caso os órgãos responsáveis não realizem manutenções de forma constante e sigam vigilantes quanto a segurança cibernética da rede elétrica.
Ao Economia Real, o professor recorda que o Brasil já enfrentou episódios parecidos, como o problema de tensão ocorrido em uma linha de transmissão de Fortaleza, em 2023. Na ocasião, o sistema precisou isolar a transmissão para evitar que o apagão se espalhasse pelo país.
Desligaram algumas cidades para que o efeito cascata não pegasse o país quase como um todo. Foi necessário acertar novamente a frequência", afirma.
O professor detalha que a situação registrada em São Paulo no ano passado foi diferente, pois o problema afetou apenas a distribuição de energia e foi localizado em uma região específica devido às chuvas. O que ocorre em Portugal e na Espanha é caracterizado como blackout.
Delbone detalha que a melhor forma de evitar novos apagões é investir no acompanhamento contínuo e em redes elétricas automatizadas, que permitam um monitoramento detalhado e o isolamento rápido de eventuais falhas. "Um sistema bem digitalizado, bem automatizado e profissionais habilitados e treinados para atuar na operação e na manutenção", recomenda.
Ele reforça que a agilidade para identificar problemas e investir na troca de equipamentos são fundamentais para mitigar futuros apagões.
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