RETRAÇÃO

PMEs pisam no freio após alta dos juros e amargam pior trimestre desde 2021

SIMON KADULA/UNSPLASH

Imagem de caixa de supermercado

PMEs apresentam pior resultado em faturamento desde o último trimestre de 2021, diz pesquisa

Publicado em 24/4/2025 - 18h02

Com a alta dos juros e o crescimento da pressão inflacionária, o faturamento das pequenas e médias empresas (PMEs) caiu 1,2% em comparação com o mesmo período do ano passado. Esse foi o pior resultado registrado desde o último trimestre de 2021, de acordo com os dados do Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs).

"A queda do IODE-PMEs no período ocorreu em um momento macroeconômico desafiador, com maiores pressões inflacionárias, alta das taxas de juros pelo Banco Central do Brasil e, especialmente, significativa deterioração das expectativas dos agentes econômicos", explica Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie.

No recorte mensal, as PMEs recuaram 2,4% em março após estabilidade de 0,3% em fevereiro. 

Entre os setores analisados, a Indústria apresentou queda de 7% ante o mesmo período do ano passado, quinto recuo consecutivo do ramo. Na Infraestrutura, a retração foi de 5%. O segmento mais afetado foi o de construção de edifícios, com redução de 29,7%. 

Mesmo com grandes desafios macroeconômicos no radar, o cenário básico para a economia brasileira não sugere uma interrupção total do crescimento. O principal fator que sustenta essa perspectiva é a continuidade no crescimento da renda das famílias brasileiras, em grande parte devido ao avanço dos rendimentos reais do trabalho nos últimos meses", reforça Beraldi.

IODE-PMEs (Omie)/Reprodução

Gráfico do IODE-PMEs

Levantamento mostra variação mensal do faturamento das PMEs

Setores em crescimento

Na contramão da indústria e da infraestrutura, os setores de comércio e serviços apresentaram crescimento de 2,9% e 1,5%, respectivamente.

O comércio foi impulsionado pelo segmento de atacado (+ 4,3%), com destaque para medicamentos, cosméticos, equipamentos elétricos de uso pessoal e doméstico e bebidas. Na outra ponta, o varejo caiu 3%.

Em serviços, as PMEs cresceram 1,5% no comparativo anual, com destaque para as atividades de informação e comunicação, artes, cultura, esporte, recreação e atividades financeiras. 

O IODE-PMEs monitora empresas com faturamento anual de até R$ 50 milhões, divididas em quatro setores: comércio, indústria, infraestrutura e serviços.

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