CASO DE POLÍCIA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Fachada da Unimed Nacional em São Paulo; atentado tentou esconder fraude milionária na empresa
Publicado em 25/8/2025 - 10h12
O que parecia uma briga de trânsito em São Paulo revelou-se parte de um esquema que desviou R$ 4,8 milhões da Unimed Nacional. Segundo informações divulgadas neste domingo (24), uma ex-funcionária da operadora de saúde criou uma empresa de fachada para transferir a quantia milionária e, ao ser descoberta por uma colega de trabalho, teria encomendado um atentado com 11 tiros contra ela.
As investigações mostraram que a analista financeira havia identificado transferências suspeitas de recursos da Unimed para uma empresa fantasma chamada C-Gás Fundo de Investimentos Ltda., criada pela colega de setor Bruna Perugine Teixeira junto com o contador Danilo Araújo de Souza.
De acordo com a reportagem do Fantástico, da TV Globo, a funcionária repassou as informações à gerência, mas, sem retorno interno, acabou se tornando alvo de um plano para silenciar a denúncia. Segundo a polícia, Bruna e Danilo usaram a empresa de fachada para desviar recursos, ao disfarçar as cobranças em nome da concessionária Comgás.
Parte desse dinheiro foi repassada a intermediários que financiaram o atentado, realizado em 14 de dezembro do ano passado. "Não há dúvida alguma de que o intuito era ceifar a vida, pelo menos dela, mas acredito que dos dois", afirmou o delegado-geral de São Paulo, Artur Dian.
As investigações apontam que o ataque foi executado por Rafael Rosa da Silva (atirador) e Tiago Ferreira (motorista), com apoio de Júlio César Benício de Medeiros, dono do carro usado no crime.
Após oito meses de investigação, Rafael, Tiago, Bruna e Danilo seguem foragidos. Júlio César foi preso, e outro envolvido, Maurício Mafran Bonfim, apontado como laranja, responde em liberdade.
Ao Fantástico, a defesa de Rafael e Tiago afirmou que vai provar a inocência de seus clientes. Já os advogados de Bruna Perugine e Danilo sustentam a presunção de inocência dos dois e alegam que Danilo só se apresentará caso a prisão temporária seja revogada.
Maurício Mafran Bonfim, apontado como laranja do esquema, responde em liberdade. Sua defesa não foi localizada para comentar o caso.
O único preso até o momento é Júlio César Benício de Medeiros, dono do carro utilizado no atentado. "Posso falar, senhor, que eu não tenho envolvimento nenhum com isso", declarou ele em audiência.
Em nota, a Unimed informou que instaurou uma apuração interna rigorosa, que resultou no desligamento dos profissionais envolvidos.