PAMPILI
Grávida aos 20, Maria Colli fundou a Pampili e transformou um sonho em um negócio que produz 2,5 milhões de pares por ano e inspira meninas no mundo todo.
REPRODUÇÃO/PAMPILI
Maria Mestriner Colli, cofundadora da Pampili; empresária criou marca que faz 2,5 mi de sapatos
ERICK MATHEUS NERY & EVELYN LUDOVINA
nery@economiareal.com.brPublicado em 29/10/2025 - 8h00
Aos 20 anos e grávida, Maria Mestriner Colli decidiu empreender em um setor dominado por homens: o calçadista. O que começou como uma pequena produção em Birigui (SP) se transformou em um negócio que produz mais de 2,5 milhões de pares de calçados por ano.
"Mais do que calçados, a Pampili se propôs a oferecer experiências que acompanham cada fase da infância, com cuidado, carinho e um olhar atento ao desenvolvimento e à individualidade das meninas", afirma Maria Colli, cofundadora da marca, em entrevista ao Economia Real.
Na época, Maria enfrentou uma série de desafios, tanto como empreendedora quanto como mulher. Precisava conquistar respeito e credibilidade em um ambiente essencialmente masculino e provar que era possível inovar com uma visão diferente: feminina, sensível e centrada na infância.
"Empreender jovem e grávida trouxe desafios adicionais, exigindo resiliência, coragem e determinação para transformar um sonho em realidade. Essa trajetória não apenas consolidou a companhia como uma marca de referência no universo infantil, mas também demonstrou que uma abordagem inovadora, fundamentada em propósito e conexão emocional, pode gerar impacto duradouro e crescimento sustentável no mercado", pontua a empreendedora.
O que começou como uma indústria cresceu e chegou ao varejo direto ao consumidor, por meio de lojas próprias. O novo formato permitiu observar o comportamento de compra, testar conceitos de produto e fortalecer o relacionamento com as consumidoras: um passo essencial para aproximar a marca do público e reforçar sua identidade no mercado de moda infantil.
Além das lojas no Brasil, a marca iniciou sua expansão internacional com uma operação no Equador. A escolha levou em conta afinidade cultural e parceria com um operador local, o que garantiu que a experiência e o propósito da empresa fossem preservados.
"Ajustamos o mix de produtos para atender melhor às condições climáticas de Quito, que é uma região de temperaturas mais frias, e às demandas específicas do consumidor local. Nosso objetivo foi encontrar o ponto de equilíbrio entre manter a nossa essência e, ao mesmo tempo, respeitar as particularidades do mercado equatoriano", explica Maria Colli.
O propósito da marca guia todas as decisões estratégicas. Investimentos em pesquisa de tendências, canais digitais e expansão internacional planejada buscam ampliar o alcance do negócio sem perder a essência: tornar o mundo um lugar melhor para ser menina.
Nos próximos anos, a expectativa é consolidar presença em cidades estratégicas, reforçando a conexão com consumidoras e entregando produtos e experiências que estimulem autoestima, criatividade e protagonismo infantil.
"Queremos que cada interação com a marca seja uma oportunidade de encantar, inspirar e consolidar a Pampili como referência de propósito, estilo e cuidado com a infância. Além disso, essa expansão será guiada por dados e aprendizados obtidos nas operações atuais e internacionais, garantindo que cada passo seja estratégico, sustentável e coerente com o nosso propósito", conclui a empreendedora.