ROUBO DE LUXO
Diego de Freitas, o Diego Ouro, é preso em Ribeirão Preto por roubo de joias; parte das peças apareceu no programa 1001 Noites.
REPRODUÇÃO/GLOBO
Influenciador Diego de Freitas, o Diego Ouro, é preso em São Paulo por roubo de joias
Publicado em 8/9/2025 - 16h32
A Polícia Civil prendeu Diego de Freitas, conhecido como Diego Ouro, durante uma operação em uma casa de luxo em Ribeirão Preto (SP). Ele é apontado como peça central em um esquema de receptação e venda de joias roubadas por meio do programa de TV Mil e Uma Noites, descoberto após vítimas reconhecerem suas peças durante transmissões ao vivo.
"Eu acompanhei esse programa há uns 10 anos. No dia 20 de junho, eu comecei a assistir de novo e identifiquei uma peça minha sendo vendida no ar", relatou uma das vítimas, que preferiu não ser identificada, ao Fantástico, exibido pela TV Globo no domingo (7).
A investigação teve início após um assalto em maio, quando três homens invadiram a casa de um casal de idosos em Ribeirão Preto. O crime foi registrado por câmeras de segurança da residência.
Durante a ação, os assaltantes mantiveram como reféns o casal, o filho e uma funcionária que trabalhava na casa. Os criminosos roubaram centenas de joias e diversos relógios de luxo.
A descoberta do esquema ocorreu quando a proprietária das joias roubadas identificou uma de suas peças sendo comercializada ao vivo no programa de televisão. A partir daí, as vítimas passaram a monitorar as transmissões.
Para comprovar a origem ilícita das mercadorias, familiares adquiriram oito peças apresentadas na TV que acreditavam fazer parte do acervo levado no assalto. Entre os itens estava um colar de ouro e diamantes em formato do Espírito Santo.
As diligências policiais se estenderam além de Ribeirão Preto. Foram realizadas operações em Curitiba (PR), onde a empresa 1001 Noites mantinha sua sede, e em Uberaba (MG), onde atuava um fornecedor.
Além de Diego de Freitas, também foi preso Elker dos Santos Ferreira de Matos, reconhecido pelas vítimas como um dos autores do roubo à residência.
O fornecedor Haig Rosspian, de Uberaba, declarou ter comprado as joias em leilões. Ele afirmou que adquiriu as peças de Diego por R$ 170 mil e as repassou ao programa de TV por R$ 190 mil.
Já Paulo César Caluf, proprietário da empresa 1001 Noites, disse que os itens eram consignados por fornecedores cadastrados, mas não apresentou documentos que comprovassem a procedência legal.
Segundo os investigadores, os valores muito abaixo dos praticados no mercado reforçam a tese de que as joias eram de origem criminosa. Até o momento, apenas 10% das joias roubadas foram recuperadas pela polícia. As investigações continuam para identificar outros possíveis envolvidos no esquema de receptação e venda de joias roubadas em programas de TV.