ÍNDICE OMIE
Mesmo com a Selic em 15%, PMEs cresceram pelo 3º mês seguido em agosto, aponta Índice Omie. Indústria lidera retomada na economia.
JAKUB ZERDZICKI/UNSPLASH
Calculadora e planilhas de gestão; índice Omie-PME mostra crescimento das PMEs em agosto
Publicado em 25/9/2025 - 9h30
Mesmo com a permanência da taxa Selic em 15% ao ano, as pequenas e médias empresas (PMEs) registraram em agosto a terceira alta consecutiva no faturamento, segundo o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs). De acordo com os dados divulgados nesta quinta (25), as empresas cresceram 1,4% em relação a agosto de 2024 e avanço de 0,4% frente a julho, em série ajustada sazonalmente.
"Os dados de agosto confirmam que a recuperação das PMEs está em curso, puxada principalmente pela indústria e pelos serviços. O ambiente ainda é desafiador, mas os sinais são consistentes de que o segundo semestre terá resultados mais positivos para os pequenos e médios negócios", afirma Felipe Beraldi, economista e gerente de indicadores e estudos econômicos da Omie.
O setor industrial foi o destaque positivo do período, com crescimento de 9,3% em agosto, frente a 2024. Entre os 23 subsetores acompanhados, 14 apresentaram expansão, com destaque para produtos de madeira, alimentos e papel e celulose.
Os serviços também mantiveram desempenho favorável, com avanço de 1,6% no mês, após crescimento de 2,4% em julho. Áreas como saúde, atividades financeiras e transportes impulsionaram os números, embora segmentos de educação e tecnologia da informação tenham registrado retração.
Na contramão, o comércio segue em território negativo, com queda de 5,1% no comparativo anual, tanto no atacado quanto no varejo. Alguns nichos, porém, resistiram, como joalheria, artigos de armarinho e produtos farmacêuticos.
A infraestrutura também recuou 5,1% em agosto, após retração de 7% em julho. No acumulado do ano, a queda é atribuída à perda de dinamismo da construção civil, especialmente em edificações e serviços especializados.
Segundo Beraldi, a combinação de inflação mais baixa, renda das famílias em expansão e mercado de trabalho sólido deve garantir fôlego para as PMEs no restante de 2025. "A tendência é de que o faturamento real siga em alta no segundo semestre, ainda que em um ritmo mais modesto que em anos anteriores", afirma.