GUIA DO DONO
Construir uma cultura organizacional forte exige coerência e decisões difíceis. Veja 5 atitudes que todo líder precisa tomar para sustentar valores reais.
ILUSTRAÇÃO/CHATGPT
Cinco decisões difíceis que moldam a cultura da empresa e definem o futuro do negócio.
Publicado em 17/7/2025 - 8h00
Construir uma cultura organizacional forte é uma das tarefas mais complexas (e, ao mesmo tempo, mais negligenciadas) dentro das empresas. Não basta estampar valores na parede ou repetir mantras no onboarding. Cultura não é o que está escrito. É o que se pratica todos os dias, especialmente quando surgem decisões difíceis.
Na prática, são essas decisões, muitas vezes desconfortáveis, que definem o que é aceitável, o que é tolerado e o que será reforçado. São elas que moldam o comportamento do time, estabelecem padrões e consolidam o que a empresa valoriza de verdade. E o mais importante: cultura não se revela nos momentos tranquilos, mas nos momentos de tensão.
Muitos líderes falam sobre a importância da cultura, mas poucos estão dispostos a tomar as atitudes necessárias para sustentá-la. A coerência entre discurso e ação é o maior ativo de uma liderança — e, quando ela falha, todo o sistema começa a se corroer.
A seguir, você confere cinco decisões difíceis que todo dono ou líder precisa tomar se quiser construir, de verdade, uma cultura organizacional forte, coerente e que sobreviva ao tempo e às pressões do crescimento.
Essa é uma das decisões mais duras — e, ao mesmo tempo, mais simbólicas. Manter no time alguém que performa, mas desrespeita os valores corporativos, enfraquece tudo o que se tentou construir até ali.
O time observa. E, quando vê que performance protege comportamento tóxico, entende que os valores são negociáveis. Cultura forte exige coerência entre discurso e ação. E isso começa pelas pessoas que você escolhe manter por perto.
Todo time já teve aquela ideia bonita que parecia incrível na teoria. Mas quando a execução começa a patinar e o impacto não aparece, a escolha é clara: seguir investindo por apego ou encerrar por responsabilidade.
Decidir pelo fim de algo que mobilizou energia, tempo e expectativa dói. Mas manter o supérfluo por vaidade consome os recursos que deveriam estar sustentando o essencial. Decisões estratégicas exigem foco no que realmente entrega valor.
Nem toda liderança carismática sustenta a cultura da empresa. Tem gestor que é querido, mas não cobra, não confronta, não entrega. E, quando isso acontece, a mensagem implícita é de permissividade.
Se quem deveria puxar a régua é quem mais foge dela, o time aprende rápido onde estão os limites. Cultura forte depende de lideranças eficazes, que sustentam padrões — não apenas de quem sabe motivar.
Falar a verdade dá trabalho. E exige preparo para lidar com o desconforto do outro. Mas todo ambiente saudável precisa de tensão construtiva. Quando um líder evita o feedback para preservar o clima, ele está protegendo o curto prazo à custa do longo.
Gente madura precisa de contexto. Precisa saber onde está errando, o que precisa ajustar e qual comportamento precisa mudar. Sem isso, a cultura empresarial vira ruído.
É fácil elogiar quem traz resultado visível. Mas a cultura se consolida nos bastidores — com quem sustenta processos, segura pressão e protege o time nos momentos críticos. Quando o reconhecimento é seletivo e focado apenas na performance de vitrine, o time aprende que aparência importa mais que consistência.
Cultura forte exige reconhecimento intencional. Valorizar quem sustenta a base é tão estratégico quanto premiar quem fecha o contrato. Cultura forte não se constrói com intenções. Se constrói com escolhas.
Essas cinco decisões não são confortáveis — mas são necessárias.
Todo dono que foge desse tipo de responsabilidade está abrindo espaço para o ruído, a incoerência e a mediocridade.
Cultura é o que se reforça todos os dias. É o que se protege com ação, não com palavras. É o que se sustenta mesmo quando ninguém está olhando. E, principalmente, é o que se constrói quando você escolhe o difícil que fortalece, em vez do fácil que enfraquece.
*As opiniões do colunista não refletem, necessariamente, o posicionamento do Economia Real.