NOVA ESTRATÉGIA
Empresas investem em capacitação para formar talentos e preencher 100 mil vagas em tecnologia até 2027, segundo estudo da ACATE.
NGUYEN DANG HOANG NHU/UNSPLASH
Pessoa programa códigos no computador; empresas de tecnologia buscam novas formas de treinamento
Publicado em 27/7/2025 - 10h46
Diante da escassez de profissionais qualificados no setor de tecnologia, empresas brasileiras passaram a investir em programas próprios de capacitação em TI para formar, atrair e reter talentos. A prática, que une desenvolvimento técnico e alinhamento cultural, tem se mostrado uma solução estratégica para preencher vagas em tecnologia, promover inclusão e acelerar contratações.
"Quando temos uma alta demanda de profissionais e percebemos a necessidade de trazer novos talentos, a gente investe em programas de capacitação", afirma Jaqueline Baptista, responsável pela área de Gestão de Pessoas da WK, empresa especializada em ERP (sistema integrado de gestão de negócios).
Com sede em Blumenau (SC), a empresa lançou recentemente o Reboot, voltado a profissionais com experiência, mas que precisam aprender a linguagem C++. O gestor de engenharia Gabriel Theiss, que começou na WK aos 16 anos como estagiário, hoje lidera o programa: "O foco continua sendo aprendizado e desenvolvimento, mas agora em um formato um pouquinho diferente".
A Mirante Tecnologia, por sua vez, estruturou o Curso de Formação em OutSystems como etapa do processo seletivo. Segundo Jéssica Lainy de Sena Silva, head de Gestão de Talentos, o curso "funciona como um filtro eficiente para identificar os profissionais com melhor desempenho e maior aderência à nossa cultura". A estratégia reduziu o tempo de adaptação dos novos colaboradores à rotina da empresa e elevou a taxa de contratação para 45% em 2025.
A Atomsix, estúdio global de design e tecnologia, aposta em trajetórias não convencionais. Um dos novos programadores da empresa entrou no mundo dos códigos após largar a carreira como vigilante.
A gente acredita que o ambiente certo, com projetos desafiadores e pessoas dispostas a colaborar, é mais transformador do que qualquer treinamento formal", destaca Vitor Silva, analista de RH.
Além de cursos e formações técnicas, grandes empresas têm investido em Planos de Desenvolvimento Individual (PDIs) como ferramenta de inclusão no setor tech. "Um PDI inclusivo olha integralmente para a trajetória do profissional: endereça lacunas técnicas e comportamentais, valoriza seu potencial e repertório diverso e o desafia a crescer em conexão com os objetivos do negócio", explica Talita Matos, fundadora da consultoria Singuê.
Para orientar a formação de talentos, a Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) realiza mapeamentos periódicos de demanda e perfil do setor. "Essa inteligência coletiva é essencial para garantir que o setor cresça com sustentabilidade e competitividade", afirma Moacir Marafon, vice-presidente de Talentos da entidade.
Segundo a última edição do estudo, Santa Catarina deve gerar 100 mil vagas em tecnologia até 2027, com destaque para desenvolvedores, analistas de suporte, especialistas em inteligência artificial e profissionais de marketing digital.
Este artigo foi produzido com uso de inteligência artificial, mas sob a supervisão e responsabilidade de jornalista profissional.