FERNANDO TROTA

Ele já 'terceirizou' mais de 200 CFOs no Brasil e agora coloca IA em nova aposta

DIVULGAÇÃO/TRIVEN

Fernando Trota, fundador e CEO da Triven

Fernando Trota, fundador e CEO da Triven; executivo 'terceiriza' CFOs e agora aposta em software

Publicado em 28/8/2025 - 7h00

O empreendedor brasileiro costuma aprender na marra que cuidar das finanças de uma empresa vai muito além de pagar boletos e emitir notas fiscais. Por isso, há dez anos, Fernando Trota fundou a Triven, uma empresa que "terceiriza" o cargo de diretor financeiro (CFO) de mais de 200 negócios. Com esse conhecimento acumulado, a companhia coloca os dois pés no mundo da tecnologia com o FinDrive, software que unifica as decisões financeiras.

"O cliente não quer saber se resolvemos o problema com software ou com serviço. Ele quer a dor resolvida. Então, entendemos que a perpetuidade da Triven passa por oferecer solução híbrida, tecnologia mais serviço, e não apenas uma das duas coisas", diz Trota ao Economia Real.

O sistema nasceu para atacar uma dor cada vez mais comum entre pequenas e médias empresas: a fragmentação de ferramentas financeiras. "Hoje, o gestor tem que lidar com 10 logins diferentes, 18 abas abertas e processos manuais para integrar conciliação, faturamento, pagamentos e recebimentos. O FinDrive centraliza tudo num cockpit único", explica o executivo.

A plataforma já está em uso por um terço da base de clientes da Triven e integra soluções de mercado, como Conta Azul, Asaas e Pagar.me. Mais do que consolidar dados, o sistema permite operar funcionalidades diretamente em um só ambiente. "O gestor pode liberar pagamentos, consultar saldos ou transferir recursos sem precisar sair da nossa plataforma. Isso gera agilidade, segurança e confiabilidade", afirma.

A aposta da Triven também inclui inteligência artificial para apoiar decisões. "Se o empreendedor quiser saber o lucro líquido do trimestre comparado ao ano passado, pode perguntar no chat e a resposta vem pronta. Até a reunião de apresentação de resultados já pode ser feita por um avatar de IA, caso o cliente prefira", detalha Trota.

Da consultoria ao produto de tecnologia

Antes do FinDrive, a Triven se consolidou no mercado de CFO as a Service, modelo que leva profissionais seniores de finanças para dentro de empresas que não têm estrutura para manter um diretor financeiro fixo. Hoje, a companhia atende mais de 70 clientes ativos e já apoiou mais de 200 empresas ao longo da sua história.

É como a gente brinca: não é porque todo mundo toma leite que precisa ter uma vaca em casa. Uma PME não consegue pagar R$ 20 mil por mês para um CFO, mas pode acessar nosso time por uma fração desse custo", diz o executivo.

Segundo ele, os desafios financeiros aparecem em três camadas: o operacional (como organizar planilhas e caixa), o tático (planejamento, projeções e orçamento) e o estratégico (captação de recursos, regimes tributários e negociação com investidores).

"Em alguns casos, acompanhamos o empreendedor até em reunião de conselho para dar respaldo técnico e responder perguntas diretamente aos investidores", conta Trota.

O mercado de BPO financeiro, do qual a Triven faz parte, acumula cifras bilionárias no Brasil. Nesse cenário, a companhia quer se posicionar como uma empresa de tecnologia com serviços agregados. "A discussão que tivemos foi: vamos ser uma empresa de serviço com tecnologia ou uma empresa de tecnologia com serviço? Optamos pelo segundo caminho. O futuro é esse", afirma o CEO.

Para ele, porém, o recado central aos empreendedores segue o mesmo: disciplina no básico. "Todo dia tem que ter conciliação, salvar comprovantes, manter sistema atualizado. É o arroz com feijão bem-feito. Sem isso, qualquer software ou CFO vira só palpite", conclui.

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