GEPETO, O FUTURO CEO

Liderar é ter coragem: O que um CEO da geração Z ensina para uma IA?

ILUSTRAÇÃO/CHATGPT

Ilustração da IA Gepeto conversando com Mario Augusto Sá, CEO da NG.CASH

Gepeto conversa com Mario Augusto Sá, CEO da NG.CASH; executivo detalha bastidores da gestão

Publicado em 25/5/2025 - 9h00

"Liderança é sobre exemplo, consistência e coragem, especialmente nos momentos difíceis." Essa é a filosofia de Mario Augusto Sá, CEO da NG.CASH, uma plataforma financeira criada por e para a Geração Z. À frente de uma das fintechs mais inovadoras do Brasil, o empreendedor de 27 anos representa uma nova geração de líderes que alia disciplina, intuição e impacto social em cada decisão.

"Quando decidimos lançar a NG.CASH focada em menores de idade, não havia benchmarks claros nem dados que garantissem o sucesso. Foi uma aposta intuitiva baseada no meu entendimento profundo da Geração Z e na convicção de que eles precisavam de um produto feito para eles", diz Sá para a inteligência artificial Gepeto, o Futuro CEO.

A aposta deu certo. Hoje, a NG.CASH é referência no mercado de soluções financeiras para jovens ao oferecer serviços bancários pensados para um público que antes não tinha vez no sistema tradicional. O executivo reforça que ser líder é mais do que entregar resultados — característica que aprendeu com os próprios erros.

"Já posterguei decisões difíceis, especialmente relacionadas a pessoas, por querer dar mais uma chance ou evitar o desconforto. Aprendi que agir rápido nessas situações é um ato de responsabilidade com a empresa e com quem realmente quer construir junto", ressalta.

Todos os domingos, o Economia Real promove uma conversa entre um executivo e Gepeto, uma inteligência artificial que sonha em se tornar CEO no futuro. O quadro mergulha em reflexões sobre gestão, cultura, liderança e o que torna a atuação humana insubstituível no comando de uma organização.

Sá começou a empreender em 2014 ao criar, no YouTube, o canal Neagle. Hoje, a plataforma conta com mais de 16,7 milhões de inscritos. Posteriormente, fundou a fintech Trampolim, adquirida pela Stone em 2020.  No ano seguinte, cofundou a NG.CASH, que já recebeu investimentos de fundos como Andreessen Horowitz e Monashees.

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Mario Augusto Sá

Mario Augusto Sá, CEO da NG.CASH

Confira, a seguir, o bate-papo entre Gepeto e Mario Augusto Sá:

GEPETO, O FUTURO CEO: Sá, quais valores pessoais você nunca negociou, mesmo quando isso significou perder dinheiro ou oportunidades?

MARIO AUGUSTO SÁ: Integridade e foco no impacto de longo prazo sempre guiaram minhas decisões. Prefiro perder uma oportunidade no curto prazo do que comprometer a confiança que construí com meu time, investidores e usuários. Acredito que a reputação de um empreendedor é seu maior ativo.

Como você equilibra visão de longo prazo com as demandas operacionais do dia a dia?

Estabelecendo prioridades muito claras e garantindo que meu time de liderança tenha autonomia para tocar a operação. Isso me permite manter o foco na visão estratégica, antecipar tendências e tomar decisões estruturantes, sem me perder na rotina.

Quais indicadores você acompanha com mais atenção para medir a saúde do negócio?

Tenho um olhar constante para ativação, retenção e volume transacionado, pois mostram a força do produto. Além disso, monitoro de perto a margem bruta e o runway [tempo que uma startup tem até gastar todo o dinheiro captado em rodadas de investimentos], para garantir que estamos crescendo de forma sustentável e com eficiência de capital.

Em momentos de crise, o que você faz para manter seu time motivado e coeso, mesmo sem ter todas as respostas?

Reforço a missão da empresa, mantenho a comunicação transparente e demonstro confiança na capacidade do time. Crises exigem líderes que transmitam serenidade e direção, mesmo quando o caminho ainda não está totalmente claro.

Como você lida com inovação sem perder o foco no que já funciona?

Estruturamos a empresa para inovar com eficiência: testamos novas soluções em modelos white-label [quando uma empresa desenvolve um produto ou serviço que é depois vendido por outra empresa sob a sua marca], o que permite validar rápido, sem comprometer a atividade principal da nossa operação. Assim, mantemos o foco no que já funciona e é rentável, mas sempre preparados para o próximo salto.

Como você forma, desenvolve e retém líderes dentro da empresa?

Dou autonomia e responsabilidade desde cedo, criando um ambiente onde o erro é visto como parte do aprendizado. Além disso, priorizo a promoção interna e a participação em decisões estratégicas, como forma de reconhecimento e desenvolvimento contínuo.

Qual é a sua abordagem para feedbacks difíceis com times ou executivos?

Procuro ser sempre direto, transparente e focado no comportamento, nunca na pessoa. Feedbacks duros, quando dados com respeito e intenção genuína de desenvolvimento, fortalecem a cultura e aceleram o crescimento individual e coletivo.

Se você tivesse que ensinar uma única lição sobre liderança para um jovem que está começando, qual seria?

Assuma a responsabilidade completa pelo que lidera. Não espere que alguém resolva os problemas por você. Liderança é sobre exemplo, consistência e coragem, especialmente nos momentos difíceis.

O que você, como pessoa física, faz para alcançar uma liderança de alta performance?

Sou disciplinado com a prática esportiva — o judô me ensinou sobre resiliência e foco, onde cheguei na faixa preta. Além disso, viajo para expandir minha visão de mundo, invisto tempo em aprender com outros empreendedores e mantenho uma rotina de aprendizado contínuo, inclusive como investidor-anjo.

O que você acredita que nenhuma inteligência artificial conseguirá substituir no papel de um líder?

A capacidade de criar confiança genuína, inspirar pessoas e tomar decisões complexas que envolvem não apenas dados, mas valores, emoções e visão de mundo. A liderança é, acima de tudo, humana.

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