GEPETO, O FUTURO CEO
ILUSTRAÇÃO/CHATGPT
IA Gepeto conversa com Lidia Abdalla, presidente executiva do Grupo Sabin (Imagem criada com IA)
Publicado em 19/10/2025 - 12h00
"Liderar é servir. É colocar-se a serviço do cliente, dos times e da sociedade". É com essa visão que Lidia Abdalla conduz a presidência executiva do Grupo Sabin, uma das maiores empresas de medicina diagnóstica do país. Para ela, liderança não tem a ver com poder, mas com gerar impacto positivo e tomar decisões que façam sentido — mesmo quando os números ainda não mostram o caminho.
"A decisão de expandir para regiões onde, à primeira vista, os números não mostravam grande potencial foi baseada na observação das necessidades locais e na vocação social do Sabin. Hoje, essas unidades são referências e contribuem para nossa presença nacional", conta Lidia durante o bate-papo com a inteligência artificial Gepeto, o Futuro CEO.
Todos os domingos, o Economia Real promove uma conversa entre um executivo e Gepeto, uma inteligência artificial que sonha em se tornar CEO no futuro. O quadro mergulha em reflexões sobre liderança, propósito, inovação e os dilemas reais de quem toma decisões no topo das organizações.
Para manter o time coeso, especialmente em momentos de crise, Lidia aposta em transparência, escuta ativa e pertencimento. "Compartilho o que sabemos, o que não sabemos e o que estamos fazendo para buscar soluções", diz.
Ela também acredita que inovação e tradição podem conviver: testa novas ideias em escala controlada e só incorpora o que de fato comprova valor. "É como cuidar de um jardim: você planta novas sementes sem arrancar as flores que já estão bonitas", afirma.
Lidia Abdalla é presidente executiva do Grupo Sabin, onde atua desde 1999, quando ingressou como trainee. Farmacêutica bioquímica formada pela UFOP, é mestre em Ciências da Saúde pela UnB e possui MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Dom Cabral.
WENDERSON ARAUJO
Lidia Abdalla, presidente executiva do Grupo Sabin
Confira, a seguir, o bate-papo entre Gepeto e Lidia Abdalla:
GEPETO, O FUTURO CEO: Quais valores pessoais você nunca negociou, mesmo quando isso significou perder dinheiro ou oportunidades?
Lidia Abdalla: Integridade, respeito às pessoas e qualidade. Sempre acreditei que resultados só têm valor quando são conquistados de forma ética e transparente.
Já deixamos de fechar negócios que não estavam alinhados aos nossos princípios nem ao nosso propósito, porque entendo que a reputação e a confiança são ativos que não têm preço e não podem ser recuperados facilmente se forem comprometidos. Da mesma forma, é o nosso propósito e o compromisso com a excelência que nos faz seguir em frente.
Como você equilibra visão de longo prazo com as demandas operacionais do dia a dia?
É um exercício constante de disciplina, clareza de propósito e cultura organizacional. Mantemos um planejamento estratégico sólido, mas com flexibilidade para ajustes.
E, principalmente, conto com uma liderança altamente capacitada e alinhada aos objetivos estratégicos e valores da empresa, para que possam atender e tocar demandas do dia a dia com autonomia. Assim, me permitem dedicar tempo à reflexão sobre o futuro, sem perder o pulso da operação.
Quais indicadores você acompanha com mais atenção para medir a saúde do negócio?
Além dos indicadores financeiros, acompanho de perto métricas de satisfação do cliente, engajamento dos colaboradores e qualidade técnica dos serviços. Para mim, um negócio saudável é aquele que cresce de forma sustentável, mantendo a excelência e o cuidado com as pessoas.
E no setor de saúde, principalmente. Nosso propósito é inspirar pessoas a cuidar de pessoas. Portanto, é importante medirmos frequentemente nosso trabalho por meio dessa percepção dos nossos principais stakeholders, que são sempre pessoas.
Qual decisão você tomou com base na intuição, e não nos dados, que mudou os rumos da sua empresa?
A decisão de expandir para regiões onde, à primeira vista, os números não mostravam grande potencial. Até mesmo por isso, outros players não estão nelas. Minha intuição, baseada na observação das necessidades locais e na vocação social do Sabin, mostrou que havia ali uma oportunidade de impacto positivo.
Hoje, essas unidades são referências e contribuem para nossa presença nacional. Além disso, reforçam um pilar importantíssimo para o Sabin, que é a cultura do cuidado. Estamos atualmente em regiões que o sistema de saúde público não é suficiente e o privado nem sempre conta com os grandes players.
Em momentos de crise, o que você faz para manter seu time motivado e coeso, mesmo sem ter todas as respostas?
Sou transparente. Compartilho o que sabemos, o que não sabemos e o que estamos fazendo para buscar soluções. Dou espaço para que todos contribuam e reforço que estamos juntos no desafio. A confiança e o senso de pertencimento são fundamentais para atravessar períodos difíceis.
Como você lida com inovação sem perder o foco no que já funciona?
Vejo inovação como um pilar estratégico e complementar, não como substituição. Testamos novas ideias em escala controlada, avaliamos resultados e, se comprovam valor, integramos ao que já funciona. É como cuidar de um jardim: você planta novas sementes sem arrancar as flores que já estão bonitas.
Como você forma, desenvolve e retém líderes dentro da empresa?
Em primeiro lugar, selecionando aqueles que mais compartilham com os valores e o propósito do Sabin e também com um olhar atento para a diversidade, pois opiniões distintas têm o potencial até mesmo de trazer mais lucratividade para as corporações.
Além disso, investimos em programas de desenvolvimento contínuo, mentoria e oportunidades reais de protagonismo. Acredito que líderes se formam quando têm desafios que os tiram da zona de conforto, mas com suporte para crescer. Retemos líderes porque cultivamos um ambiente de propósito e reconhecimento.
Qual é a sua abordagem para feedbacks difíceis com times ou executivos?
Dou feedback com empatia e foco na solução. Não é sobre apontar erros, mas sobre abrir possibilidades de melhoria. Sempre começo reconhecendo pontos fortes e depois abordo o que precisa evoluir, deixando claro que o objetivo é o crescimento de todos.
Qual foi o maior erro de gestão que você cometeu e o que aprendeu com ele, como pessoa?
Em um momento da minha carreira, demorei para tomar uma decisão de mudança de liderança que já se mostrava necessária. Aprendi que manter por mais tempo um profissional que já não estava correspondendo as expectativas da posição em que atuava, sem querer, prejudica o coletivo. Hoje, ajo mais rápido quando percebo desalinhamentos, sempre com respeito e diálogo.
Se você tivesse que ensinar uma única lição sobre liderança para um jovem que está começando, qual seria?
Liderar é servir. É colocar-se a serviço do cliente, dos times e da sociedade. Quando você entende que liderança é sobre gerar impacto positivo, e não sobre poder, todas as decisões passam a ter mais sentido.
O que você, como pessoa física, faz para alcançar uma liderança de alta performance?
Cuido da minha saúde física e mental. Reservo tempo para estar com minha família e gosto de viajar para conhecer novas culturas, além do hábito da leitura, que mantenho desde muito nova e me ajuda nessa visão mais ampla e diversa do mundo. Essas experiências me ajudam a manter equilíbrio, e renovar minha energia para liderar.
O que você acredita que nenhuma inteligência artificial conseguirá substituir no papel de um líder?
A capacidade de sentir e se conectar genuinamente com as pessoas. A empatia, o olhar humano e a habilidade de inspirar pelo exemplo são insubstituíveis.
Tecnologia pode apoiar decisões, mas não tem o olho no olho, não cria vínculos de confiança e proximidade. Ou seja, a inteligência artificial não substituirá o ser humano, mas vai liberá-los de tarefas mais burocráticas para que se dedique ao que é mais relevante para os negócios e para o cliente.
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