Futebol da GenZ? Torneio de Piqué vira febre na web com Neymar e Kaká

Ao contrário de 22 jogadores em campo na disputa por uma bola durante 90 minutos, uma nova febre entre a geração Z aposta em partidas mais curtas e intensas: a Kings League. Criada na Espanha por Gerard Piqué, o torneio chegou ao Brasil neste ano pelas mãos de Neymar Jr. e Kaká e, logo na estreia, a Seleção Brasileira foi campeã da "Copa do Mundo" da competição.

"A geração do 'arrasta pra cima' quer intensidade. O jogo precisa mudar a cada dois ou três minutos para manter a atenção. Não é que os jovens não tenham paciência, é que querem emoção com mais frequência", afirma a organização brasileira da Kings League em nota enviada ao Economia Real.

Foi com essa lógica que Piqué, ex-zagueiro do Barcelona e ex-marido de Shakira, idealizou o campeonato em 2022, ao lado de streamers como Ibai Llanos. A proposta da Kings League é clara: dois tempos de 20 minutos, pênaltis no estilo shootout (goleiro contra atacante), cartas-surpresa que mudam o rumo da partida, assim como no jogo Uno, e substituições ilimitadas.

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O formato atrai um público acostumado com a velocidade das redes sociais e dos vídeos curtos. Criada em fevereiro de 2024, a página brasileira da liga já reúne 1,5 milhão de seguidores no Instagram e 2,5 milhões de curtidas no TikTok. As partidas são transmitidas pela CazéTV no YouTube e também pelos canais da própria liga no YouTube e na Twitch, plataforma da Amazon voltada ao público gamer.

Na sétima rodada da competição, realizada na última segunda (28), estiveram em campo times como Real Elite (liderado pela cantora Ludmilla e pelo streamer Allan Estagiário), Capim FC (de Luva de Pedreiro e Jon Vlogs) e Fúria (comandado por Neymar e seu "parça" Cris Guedes).

Até o fechamento da reportagem, na sexta (2), a transmissão acumulava mais de três milhões de visualizações apenas na CazéTV. Para comparação, o jogo entre Cruzeiro e Vasco, realizado pelo Brasileirão no último domingo (27), alcançou 4,3 milhões de visualizações no mesmo canal.

O sucesso já atrai grandes patrocinadores. A transmissão da Kings League conta com marcas como Itaú, Budweiser, iFood, Universidade Cruzeiro do Sul, YoPro, Ademicon, SmartFit e Clear Men.

Estamos focados em consolidar nossa base de fãs e transformar o campeonato em uma experiência completa, tanto ao vivo quanto digitalmente. O Brasil é estratégico. Nosso objetivo agora é aprofundar o engajamento local, entender as demandas regionais e fortalecer a identidade da Kings League como um produto esportivo do presente e do futuro", diz a organização.

mauricio rummens/kings league

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Quase um reality show

Para aumentar a interatividade e o clima de reality show, os treinadores usam microfones durante os jogos. Assim, o público acompanha em tempo real as instruções e reações das equipes. A liga brasileira mantém a essência do formato espanhol, mas incorpora elementos que conversam com a cultura local.

"Temos parceiros locais que trazem o conhecimento necessário. No Brasil, isso foi essencial para adaptar desde a linguagem das transmissões até a estrutura dos jogos", explica o comitê da Kings League.

A estrutura segue o modelo original: oito clubes com identidade visual própria, partidas semanais e playoffs ao final da temporada. Cada time tem um presidente, geralmente uma celebridade ou influenciador, e um elenco rotativo, com a possibilidade de convocar jogadores surpresa a cada rodada.

Os planos para o futuro incluem expansão para outras cidades brasileiras e exportação do modelo para outros países da América Latina. A Kings League também quer se aproximar de escolas e projetos sociais, com torneios juvenis e iniciativas de inclusão para ampliar o acesso ao novo formato de competição.

Neste sábado (4), a Kings League realiza a oitava rodada da competição brasileira. As partidas serão transmitidas ao vivo, a partir das 17h, pelas plataformas oficiais do torneio e também pela CazéTV no YouTube.