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Jogadores em partida de counter-strike na edição russa do torneio; Brasil quer receber campeonato
Publicado em 4/5/2025 - 5h15
Em meio à crescente fusão entre o mundo físico e o digital, o Brasil entra na disputa para sediar um dos eventos esportivos mais inovadores da atualidade: o Games of the Future (GOTF). O campeonato internacional reúne atletas e gamers para competições que combinam videogames, esportes físicos e alta tecnologia em busca de uma premiação total de US$ 10 milhões, o equivalente a cerca de R$ 56 milhões.
A primeira edição do torneio foi realizada em 2024, em Kazan, na Rússia. Foram mais de dois mil participantes de 116 países, 300 mil visitantes presenciais e mais de três bilhões de visualizações online. Se vencer a disputa, o Brasil será sede da edição de 2027 ao desbancar países como Sérvia, Uzbequistão e África do Sul.
A candidatura oficial foi apresentada na semana passada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. "É algo muito grande, e a proposta é surreal", afirma Moacyr Alves Junior, CEO da Phygital Games Brasil, ao Economia Real. "Comecei com uma seletiva organizada em apenas 15 dias, sem verba nem marketing. Mesmo assim, reunimos 16 times de futebol e 16 de basquete. A receptividade foi incrível", recorda.
René Fasel, CEO da Phygital International e ex-membro do Comitê Olímpico Internacional, complementa: "Queremos criar algo novo, diferente das Olimpíadas. Mais inclusivo, com menos regras e mais diversão. Um time brasileiro pode ter jogadores argentinos. O importante é unir as pessoas".
A competição é dividida em três categorias principais, que combinam inovação esportiva com experiência imersiva:
"Queremos tirar o jovem da frente do computador e levá-lo para o campo, mas sem perder o espírito competitivo e inovador que o digital proporciona", explica Fasel.
Segundo o executivo, a ideia do evento nasceu durante a pandemia, com inspiração do francês Philippe Blanchard. "É um projeto bonito, diferente. Um verdadeiro sonho", diz o executivo internacional.
Embora a cidade-sede ainda não esteja definida, São Paulo é a principal candidata. "Temos uma estrutura excelente: rede hoteleira, centros de convenções e conexão aérea com o mundo inteiro", aponta Junior.
O Rio de Janeiro também está no radar, mas depende de garantias relacionadas à logística, segurança e infraestrutura. "Nada impede que algumas modalidades sejam realizadas em outras cidades", destaca.
O Brasil tem um potencial que nenhum dos concorrentes oferece. Já sediamos Olimpíadas e Copa do Mundo. Temos experiência, público e paixão. Só precisamos mostrar que conseguimos entregar", ressalta o executivo nacional ao informar que o resultado será anunciado ainda em 2025.
Além do torneio internacional, o projeto inclui um braço educacional: o Figital Schools, voltado para escolas públicas e privadas. "Queremos formar atletas desde cedo, com ética e responsabilidade. Mostrar que é possível competir e se divertir ao mesmo tempo", explica Fasel.
O programa engloba oficinas, torneios escolares e ações de incentivo ao esporte físico e digital. A meta é transformar o Games of the Future em uma plataforma global de formação, inclusão e entretenimento.
"Já temos 96 países conectados à nossa comunidade digital. Começamos em Kazan, vamos passar por Dubai, depois Cazaquistão. Agora é hora do Brasil. E eu acredito que vamos conseguir”, conclui Fasel.
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