CRIME SEM FRONTEIRAS

Paraguaio cria 'delivery do tráfico' e movimenta R$ 100 mi em drogas e armas

REPRODUÇÃO/RECORD

Montagem com Nelson Gustavo Amarídia Elizete, conhecido como Nortenho

Nelson Gustavo Amarídia Elizete, conhecido como Nortenho; paraguaio liderava delivery do tráfico

Publicado em 14/7/2025 - 13h46

O paraguaio Nelson Gustavo Amarídia Elizete, conhecido como Nortenho, liderava um esquema de esquema de tráfico internacional de drogas e armas na fronteira do Brasil com o Paraguai. De acordo com informações divulgadas no domingo (13), o estrangeiro pode ter movimentado cerca de R$ 100 milhões ao longo dos últimos dois anos com uma espécie de "serviço de delivery" entre os países.

"Nós estávamos manuseando ele para tirar as balas, pra saber quantas balas tem aqui dentro", disse Nortenho em um vídeo divulgado pelo Domingo Espetacular, da Record. Nas imagens, ele exibe uma "vitrine" com fuzis, munições e drogas transportadas entre os países.

Em outras gravações, o paraguaio menciona uma encomenda de 600 quilos de entorpecentes e ostenta armas de guerra durante festas realizadas na fronteira entre os países -- o "momento de lazer" era financiado pela organização criminosa como uma celebração das entregas cumpridas.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Nortenho era o elo entre a produção de cocaína na Colômbia, Peru e Bolívia e a distribuição em grande escala no Brasil, Caribe e Europa. A droga e os armamentos chegavam até Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e, a partir dali, seguiam para cidades brasileiras como Sorocaba e Jundiaí, no interior de São Paulo.

Em 2022, um avião do grupo foi interceptado no Mato Grosso com 442 kg de cocaína e fuzis. O piloto não possuía registro na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), e a aeronave era registrada em nome de uma empresa fantasma do setor de construção civil.

"É uma vantagem logística que essas cidades oferecem, com facilidade na compra de precursores químicos que permitem a produção de cocaína e crack, além da distribuição para um grande mercado consumidor", explica Leandro Piquet Carneiro, professor de Relações Internacionais da USP.

Como funcionava o "delivery do tráfico"?

A estrutura do crime organizado era comandada diretamente por Nortenho, que acompanhava o passo a passo das remessas por meio de vídeos enviados pelos comparsas.

O líder do narcotráfico já havia sido preso no Paraguai em 2021, suspeito de associação ao tráfico de drogas, mas respondia ao processo em liberdade. Três anos depois, cruzou ilegalmente a fronteira com documentos falsos e foi detido na cidade de Cascavel (PR).

Atualmente, Nortenho está preso na penitenciária de Brasília (DF), após três anos de investigação. Um dos aviões do grupo fez pelo menos 12 viagens entre o Paraguai e o Brasil ao longo dos últimos anos.

Confira a reportagem na íntegra:

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