Golpistas usam uniforme e até cesta básica em golpe contra idosos em SP

Carla Penelope dos Santos, de 38 anos, foi presa sob acusação de integrar uma quadrilha especializada em fraudes financeiras contra idosos na cidade de São Paulo. Segundo informações divulgadas neste domingo (29), ela teria se disfarçado de agente de saúde para capturar a biometria facial das vítimas e usar essas informações na contratação de empréstimos consignados fraudulentos.

"Elas estacionam o carro distante do local. Vão até a casa do idoso munidas de uma cesta básica ou de algo que chame a atenção e criam uma história de que vão fazer uma pesquisa de satisfação sobre o atendimento da Unidade Básica de Saúde do bairro", explicou o delegado Jean Tudy dos Santos, responsável pela investigação, em entrevista ao Domingo Espetacular, da Record.

Ao lado de uma cúmplice disfarçada de enfermeira, Carla se aproximava de residências na Zona Leste de São Paulo. A dupla fazia perguntas genéricas sobre a saúde do morador e, após conquistar a confiança do idoso, entrava na casa e realizava a captura da biometria facial por meio de uma selfie.

"Nesse momento, quando ela tira a selfie, o idoso transfere todos os seus dados para o aparelho da falsa agente de saúde. Com essas informações, ela já começa a repassá-las para outros integrantes da quadrilha que estão fora do local", alertou o delegado.

De acordo com o jornalista Ari Peixoto, a dupla usou os dados biométricos para acessar a conta bancária da vítima e contratar R$ 47 mil em empréstimos irregulares.

"Fiquei sem dormir, ficava pensando naquilo, olhando aquela pessoa na minha frente, sabe? A minha esposa, para tirar um dinheiro meu, é a maior coisa. Tenho que ir ao banco, assinar, etc. Uma pessoa que nem me conhece chega lá e tira um dinheiro de empréstimo ainda", desabafou o idoso, que preferiu não se identificar. Até o momento, os descontos dos empréstimos continuam sendo feitos em sua conta.

Segundo o delegado, Carla poderá ser condenada a até 14 anos de prisão, pelos crimes de estelionato, usurpação de função pública, falsidade ideológica e organização criminosa.

O Economia Real não localizou a defesa de Carla Penelope dos Santos. O espaço segue aberto. 

Confira a reportagem na íntegra: