Advogada influencer é acusada de sumir com R$ 3 mi em golpe cripto

A advogada e influenciadora Tábata Miqueletti, especializada no combate a crimes digitais, é acusada de aplicar um golpe superior a R$ 3 milhões em clientes de sete estados. O suposto esquema envolvia promessas de investimentos em criptomoedas no exterior. "Ela é uma grande vigarista, não vale nada", disse a ex-modelo Kátia Brito, uma das vítimas do golpe.

"Ela era extremamente simpática, envolvente, uma pessoa que fala e articula muito bem", relatou a musa dos anos 1970 e 1980 em entrevista ao Domingo Espetacular, da Record, exibida na noite de domingo (1º).

No ano passado, durante o processo de divórcio, Kátia conheceu Tábata e foi convencida a transferir quase R$ 3 milhões para uma conta na Suíça, com a promessa de que o dinheiro seria aplicado em investimentos de baixo risco.

Ao longo dos meses, recebia imagens de supostos extratos bancários que mostravam altos saldos. "Ela falou que esse dinheiro seria aplicado e estaria fora de risco. Quando fui fazer uma viagem no final do ano, vi que tinha US$ 8 na conta suíça. Mostrei os extratos que o marido dela me mandava para o gerente do banco na Suíça. Ele me olhou e falou: 'Nossa, é igualzinha à nossa tela, mas esse dinheiro não está aqui. Tem alguma coisa errada!' Foi aí que a casa caiu", desabafou.

Questionada por Kátia sobre o paradeiro do dinheiro, Tábata teria responsabilizado o então marido, Rafael Lins: "Ela colocou toda a culpa no marido, falou que ele também tinha roubado ela".

Outro caso envolve o engenheiro mecânico Fellipe Souza, do Rio de Janeiro. Ele havia perdido R$ 200 mil em um esquema de pirâmide financeira e contratou a advogada para tentar recuperar o prejuízo. No entanto, acabou vítima de um novo golpe.

"Toda semana ela me ligava e falava: 'Vamos investir? É dinheiro seguro, você não vai mais perder'. Depois vi que as pessoas estavam reclamando que não tinham recebido os retornos. Pensei: 'Não acredito que tomei um golpe do golpe'. Levei outro golpe da minha própria advogada", relatou.

Como funcionava o esquema de fraude com criptomoedas

De acordo com o ex-funcionário Gustavo Lopes, o então marido da advogada teria desenvolvido um sistema fraudulento que prometia lucros para os investidores. Quando o casal se separou, os investimentos passaram a dar prejuízo.

Lins foi acusado de violência doméstica e chegou a ser preso por descumprimento de medida protetiva. Antes da prisão, gravou vídeos e áudios nos quais atacou a ex-mulher, acusando-a de má conduta nos negócios.

"De todo o dinheiro da Kátia que veio pra minha conta, que foi gasto em viagem, em besteira, não foi nada para investir. Pode avisar que eu vou f... com ela! E se ela fizer qualquer merda dessa que ela tá fazendo, eu vou levar ela comigo, porque ela estava comigo em todos os momentos", disse Lins em um áudio exibido pela Record.

Outro lado

Procurada pelo Domingo Espetacular, Tábata Miqueletti não atendeu às ligações nem concedeu entrevista. Em nota, afirmou ter atendido "mais de 50 mil clientes em todo o território nacional" e disse ser vítima de violência doméstica, emocional, patrimonial e psicológica por parte de Rafael Lins, atualmente preso.

"Não existe contra minha pessoa nenhuma ação penal, boletim de ocorrência, inquérito policial ou qualquer elemento que desabone minha conduta profissional. Todos os fatos e acusações levantados contra mim já estão sendo devidamente tratados no foro adequado, o Poder Judiciário", declarou.

Já a defesa de Rafael Lins afirmou que ele não responde por violência patrimonial ou lesão corporal. "Rafael jamais teve conhecimento de qualquer atividade ilícita envolvendo os negócios geridos em conjunto com ela enquanto estava em liberdade e exercia atos de administração empresarial", diz a nota.

Confira a reportagem na íntegra: