BASTIDORES DE UM MVP
FORTYTWO/UNSPLASH
Post-it preenchido com ideias; entenda como um MVP ajuda empresas a não jogarem dinheiro fora
Publicado em 27/8/2025 - 9h00
Atualizado em 27/8/2025 - 10h55
Durante muito tempo, criar um novo produto significava investir meses (ou até anos) antes de descobrir se ele realmente teria mercado. Muitas empresas gastaram fortunas em lançamentos que fracassaram logo no início. Foi para resolver esse problema que surgiu o conceito de MVP (Minimum Viable Product): a versão mínima viável de um produto, capaz de validar uma hipótese sem grandes riscos.
A lógica é simples: em vez de apostar todas as fichas, você faz uma aposta controlada. O MVP reduz riscos financeiros, técnicos e de mercado porque mostra, em pouco tempo, se o problema que você pretende resolver realmente importa para alguém.
Os exemplos mais conhecidos mostram como a validação de produto pode ser feita de maneira simples:
Esses cases mostram que um MVP não precisa ser sofisticado: pode ser um vídeo, uma landing page ou até um piloto operacional feito à mão. O objetivo é validar se existe demanda antes de gastar meses e milhões em desenvolvimento.
De acordo com pesquisas em inovação e desenvolvimento de novos negócios, as técnicas mais utilizadas para construção de MVPs são:
Prototipagem Rápida (Rapid Prototyping): estudada no Harvard Business Review e por Brown & Wyatt (IDEO), foca em criar representações rápidas e de baixa fidelidade (mockups, wireframes ou modelos físicos simples) para testar conceitos antes de investir em soluções finais.
Testes de Hipóteses com Clientes (Customer Validation): fundamentada no método Customer Development de Steve Blank, consiste em estruturar hipóteses claras sobre o problema e validá-las diretamente com entrevistas, surveys e experimentos de campo antes de desenvolver a solução.
Experimentação Controlada (Lean Experimentation): pesquisas do Journal of Business Venturing mostram que experimentos rápidos com grupos menores de clientes (A/B testing, smoke tests ou pilotos restritos) ajudam a medir tração e aceitação sem escalar cedo demais.
Concierge MVP: conceito popularizado por Eric Ries, consiste em entregar manualmente a solução como se fosse automatizada, observando o comportamento do usuário. Pesquisas indicam que essa interação próxima com os primeiros clientes gera insights profundos.
Essas técnicas deixam claro que um MVP não é sobre "lançar logo", é sobre testar hipóteses de forma científica. Isso significa:
No fim das contas, o MVP não é sobre tecnologia: é sobre aprender rápido sem comprometer o futuro da empresa. É sobre transformar riscos em experimentos controlados, com inteligência estratégica. Você está criando MVPs para aprender com o mercado ou apenas para validar uma ideia que já decidiu implementar?
*As opiniões do colunista não refletem, necessariamente, o posicionamento do Economia Real.
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