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Motoristas e entregadores ganham mais que o dobro do salário mínimo

ROVENA ROSA/AGÊNCIA BRASIL

Motorista de aplicativo em São Paulo (SP)

Motorista de aplicativo em São Paulo (SP); estudo aponta renda superior ao salário mínimo

Publicado em 25/6/2025 - 12h49

Motoristas e entregadores que atuam por meio de aplicativos têm, em média, renda líquida por hora superior ao dobro do salário mínimo, segundo um estudo do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) divulgado nesta quarta (26). A constatação ajuda a explicar por que, mesmo diante de juros elevados e incertezas econômicas e trabalhistas, cada vez mais brasileiros passam a trabalhar em plataformas como Uber, 99 e iFood.

A pesquisa indica que, em 2024, motoristas que trabalharam 40 horas por semana registraram renda líquida mensal entre R$ 3.083 e R$ 4.400, o equivalente a R$ 19 a R$ 27 por hora trabalhada. No caso dos entregadores, o rendimento líquido mensal vai de R$ 2.669 a R$ 3.581, ou R$ 17 a R$ 22 por hora.

Esses valores ficam bem acima do salário mínimo vigente durante o levantamento (R$ 1.412 mensais ou R$ 6,42 por hora) e superam também a renda média de R$ 2.392 para trabalhadores do setor de serviços com ensino médio completo — escolaridade predominante entre os profissionais avaliados, segundo o IBGE.

De acordo com o estudo, há hoje 2,2 milhões de profissionais cadastrados em aplicativos, sendo 1,7 milhão de motoristas e 455 mil entregadores. O crescimento é atribuído à combinação de renda competitiva, flexibilidade de horário e autonomia.

"Defendemos a regulamentação do setor para ampliar a proteção social dos profissionais e garantir segurança jurídica para as empresas. Mas qualquer proposta precisa ser analisada com cautela, considerando as particularidades do modelo de negócio e os benefícios econômicos e sociais gerados pela tecnologia", afirma André Porto, diretor-executivo da Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), entidade que representa as principais plataformas do setor.

CLT para apps: mais custo, menos vagas

Com base nesse cenário, a pedido da Amobitec, a Ecoa Consultoria Econômica realizou uma simulação para avaliar os impactos de uma eventual mudança na natureza jurídica da atividade, com a adoção obrigatória do vínculo empregatício para motoristas e entregadores. Segundo o estudo:

  • O preço das corridas aumentaria 34%
  • As entregas ficariam 26% mais caras
  • A demanda por serviços cairia: –31% em transporte e –43% em entregas
  • O número de postos de trabalho poderia despencar até 52% para motoristas e 82% para entregadores
  • Os ganhos líquidos dos profissionais recuariam em pelo menos 10%

Este artigo foi produzido com uso de inteligência artificial, mas sob a supervisão e responsabilidade de jornalista profissional.

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