ESTRATÉGIA COMERCIAL
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Relatórios comerciais; especialista questiona estratégia comercial sem alinhamento empresarial
Publicado em 22/5/2025 - 7h00
Account-Based Marketing (ABM) virou moda. Segmentação fina, experiência personalizada, estratégia comercial cirúrgica. Mas há um ponto fundamental que muitos ignoram: ABM sem cultura organizacional é apenas cosmética comercial.
É fácil montar uma campanha sofisticada. Difícil é garantir que, quando a conta responde, o time esteja preparado para sustentar a experiência prometida. Não adianta segmentar no marketing e entregar atendimento genérico. Se sua empresa trata uma conta-chave igual a qualquer outra, isso não é ABM, é ilusão de estratégia.
Account-Based Marketing exige que toda a organização compreenda o valor estratégico de uma conta específica. Mais do que isso, o time precisa ter repertório e autonomia para agir com precisão.
Não adianta o marketing personalizar e o comercial improvisar. Não adianta a equipe de vendas acertar o tom e o pós-venda cair numa operação genérica. Sem uma cultura clara e integrada, o esforço de ABM se transforma em ruído.
Cultura organizacional é o motor que transforma promessa em experiência. Toda conta estratégica exige consistência, e essa consistência não nasce numa campanha, nasce numa cultura bem estabelecida. É a cultura que ensina o que é prioridade, define o que é inegociável e prepara o time para lidar com o contexto, não apenas com scripts.
ABM demanda que a empresa entenda que uma conta-chave não quer apenas um produto. Ela quer coerência, profundidade e um time preparado para conversar no mesmo nível.
Um Account-Based Marketing bem executado começa no branding e termina na entrega. Se a empresa deseja implementar ABM de verdade, precisa deixar de tratar cultura como responsabilidade exclusiva do RH e começar a enxergá-la como um diferencial competitivo.
Isso exige formar equipes capazes de ler cenários com clareza, saber quais contas realmente valem o esforço e garantir o alinhamento real entre marketing, vendas e operação.
Sem isso, a estratégia se resume a mais um termo bonito no slide de planejamento. ABM sem cultura é apenas um funil enfeitado. Promessas mal sustentadas geram frustração e queimam reputação. Uma conta estratégica exige uma empresa estratégica.
ABM não se resume a criar mensagens personalizadas. Trata-se de construir experiências que apenas uma empresa bem posicionada, bem treinada e bem alinhada consegue entregar. No fim das contas, Account-Based Marketing é menos sobre campanha — e mais sobre cultura em ação.
*As opiniões da colunista não refletem, necessariamente, o posicionamento do Economia Real.
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