DIFICULDADE DE ASCENSÃO

Mulheres avançam, mas ainda são minoria em cargos de liderança

COWOMEN/UNSPLASH

Imagem de mulheres trabalhando em escritório

Mulheres trabalhando em escritório; participação feminina ainda é restrita na liderança

Publicado em 16/4/2025 - 7h00

A participação feminina no mercado de trabalho ainda enfrenta obstáculos, especialmente em cargos de liderança. Um levantamento mostra que, ao longo de 2024, apenas 267 mulheres foram contratadas como diretoras nos postos disponibilizados na plataforma Gupy. Na outra ponta, elas foram aprovadas em mais de 365 mil vagas operacionais, como auxiliares e operadoras.

"Ter acesso a esses dados nos permite agir com mais intencionalidade e apoiar as empresas na criação de estratégias que promovam uma inclusão real e sustentável", afirma Jhenyffer Coutinho, sócia e líder da experiência para pessoas candidatas na Gupy, ao Economia Real.

Dados obtidos com exclusividade pela reportagem evidenciam a disparidade de gênero no alto escalão das empresas: entre março de 2024 e março de 2025, mais da metade dos contratados para os cargos de consultor (52,9%), coordenador (57,2%), gerente (55,1%), supervisor (60,6%) e diretor (61,7%) foram homens.

No mesmo período, as mulheres ocuparam 44,8% das vagas de gerência e apenas 38,1% das posições de diretoria. Em áreas como desenvolvimento, por exemplo, só 13,6% das contratações foram de mulheres, enquanto 86% foram de homens. Já nos cargos de aprendiz e auxiliar, o cenário se inverte: 58% e 56,4% dos aprovados, respectivamente, foram mulheres.

"Combinando os dados de candidatura e de contratação, é possível identificar em que etapas as mulheres estão ficando para trás e agir de forma mais assertiva", destaca Jhenyffer.

O estudo também mostra os setores com maior empregabilidade feminina. O varejo lidera, com 84,5 mil contratações, seguido pela saúde (67,4 mil) e serviços (40,1 mil). Na outra ponta, estão tecnologia da informação (19,3 mil) e bancos (14,5 mil).

DIVULGAÇÃO/GUPY

Imagem de Jhenyffer Coutinho, executiva da Gupy

Jhenyffer Coutinho, executiva da Gupy

Como mudar essa realidade?

Segundo a especialista, é necessário que as empresas adotem políticas mais inclusivas para ampliar a participação feminina em cargos estratégicos. Uma iniciativa da própria Gupy é o programa Portas Abertas, ativo desde agosto do ano passado. Ele oferece formações gratuitas, mentorias e vagas em empresas parceiras.

"O objetivo do programa é estreitar o relacionamento com pessoas candidatas por meio de um diálogo aberto, além de promover a inclusão e o desenvolvimento profissional de quem tem menor acesso ao mercado de trabalho", comenta.

As primeiras edições do programa foram voltadas para pessoas com deficiência (PCDs) e pessoas negras. "A Gupy tem o compromisso de ampliar a representatividade no mercado de trabalho e, por isso, o programa Portas Abertas já nasceu com foco em grupos historicamente minorizados", complementa ela.

Ao longo deste ano, novas turmas atenderão mães (maio), pessoas LGBT+ (julho), pais (agosto), PCDs (setembro), pessoas maduras (outubro) e pessoas negras (novembro).

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