A TAL DA CASTANHA
A Tal da Castanha já produziu 50 milhões de litros de bebidas vegetais. PositiveCo aposta em marcas sustentáveis e quer crescer 35% em 2025.
DIVULGAÇÃO/POSITIVECO
Produtos da marca A Tal da Castanha, criada pelos irmãos Felipe e Rodrigo Carvalho no Ceará
Publicado em 14/7/2025 - 9h00
Atualizado em 14/7/2025 - 10h41
Há dez anos, os irmãos Felipe e Rodrigo Carvalho decidiram apostar no mercado de produtos à base de plantas dentro da empresa da família, uma exportadora de castanha de caju no Ceará. Nascia ali a A Tal da Castanha, marca que já produziu mais de 50 milhões de litros de bebidas vegetais para consumo nacional e internacional.
"Não queríamos apenas fazer um produto, queríamos criar um movimento. Mostrar que é possível fazer um alimento mais limpo, mais transparente e com impacto positivo real", afirma Felipe Carvalho, CEO da PositiveCo, em entrevista ao Economia Real.
Além da A Tal da Castanha, o grupo hoje reúne outras três marcas (Plant Power, Possible e Zaya), todas voltadas ao consumo consciente e sustentável. O primeiro grande desafio, no entanto, foi mudar a lógica da empresa familiar, que atuava apenas no mercado B2B (venda de empresas para empresas).
"Quando migramos para o B2C e passamos a vender diretamente para o consumidor final, começamos a contar nossa história e mostrar que dava para fazer diferente. Nossos primeiros rótulos tinham só dois ingredientes: água e castanha. Muita gente achava que aquilo era impossível", relembra Carvalho.
Desde 2020, a PositiveCo opera como uma empresa independente, após a entrada do Grupo 3 Corações, um dos maiores fabricantes de café do país, como sócio. Embora não divulgue o faturamento, a empresa projeta crescer 35% em 2025, com A Tal da Castanha sendo responsável por cerca de 70% da receita anual.
Hoje, os produtos da marca estão presentes em mais de 48 mil pontos de venda no Brasil e com projeto de expansão para países como Austrália e Canadá. A produção ocorre em fábricas no Paraná e em São Paulo, com tecnologia de extração a frio — processo que dispensa aditivos químicos e assegura menor desperdício de insumos.
A gente sempre pensou em circularidade desde o começo. A castanha que não vira bebida, vira ingrediente para outra marca. O resíduo vira ração, vira energia. É uma operação pensada para gerar impacto positivo do começo ao fim", explica o CEO.
Para Carvalho, o Brasil tem um enorme potencial de liderança na indústria de alimentos plant-based, mas ainda engatinha no desenvolvimento de produtos de valor agregado: "O país tem tudo para ser protagonista na nova indústria de alimentos, mas isso exige inovação, posicionamento e coragem para não seguir o padrão".
divulgação
Felipe e Rodrigo Carvalho, co-CEOs da PositiveCo
Com o sucesso da A Tal da Castanha, foi natural a criação de outras marcas. Uma das principais é a Plant Power, que atua com suplementos veganos e desenvolve produtos com foco em desempenho, nutrição e saudabilidade.
O carro-chefe da Plant Power é a Jungle, uma bebida hidratante natural, que concorre com opções como Gatorade e bebidas isotônicas convencionais, mas com ingredientes saudáveis e zero aditivos artificiais. "A Jungle vai ser a marca que vai mais acelerar este ano. Esperamos dobrar o faturamento dela", afirma Carvalho.
Segundo o empreendedor, a PositiveCo investe em tecnologia alimentar, logística reversa, embalagens de baixo impacto ambiental e sustentabilidade na cadeia produtiva como forma de manter coerência com seu propósito.
"O desafio não é só crescer, é crescer mantendo coerência. Todas as marcas que a gente lança precisam responder a uma pergunta: esse produto melhora a vida de alguém? Estamos construindo algo que vai muito além da castanha. Nosso sonho é que o impacto positivo vire o novo padrão da indústria", diz.