TÁ NA CARA

O erro mais caro da liderança! Como ele drena o EBITDA da sua empresa

EBITDA não mente: turnover, clima organizacional e liderança tóxica corroem a margem. Veja como gestão de pessoas impacta direto nas finanças.

ILUSTRAÇÃO/CHATGPT

Gráfico em queda e cano rachado mostram como falhas de liderança drenam o EBITDA das empresas.

Publicado em 19/9/2025 - 12h00

O EBITDA (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, em português) é, na prática, o retrato da saúde financeira de um negócio. CEOs e CFOs acompanham cada variação de receita, custo e despesa, mas poucos olham para o impacto direto da gestão de pessoas nesse indicador. O resultado? Margem corroída. A verdade é simples: toda decisão de liderança influencia o EBITDA.

Três exemplos deixam isso claro. O turnover alto pesa diretamente no OPEX (despesas operacionais): cada demissão pode custar até três vezes o salário anual do colaborador, entre seleção, curva de aprendizado e perda de produtividade.

A liderança tóxica reduz performance, trava velocidade e limita inovação: a entrega cai e a margem diminui.

Já um clima organizacional frágil, sem confiança na liderança, derruba engajamento, mata boas ideias antes de virarem receita e aumenta o custo de oportunidade.

Em resumo: liderança imatura custa caro. Já uma liderança madura gera margem. Assim, o feedback vira fluxo de caixa: quanto mais rápido a rota é corrigida, menor o retrabalho.

Um onboarding estruturado é ROI: talentos passam a gerar valor mais cedo e contribuem de forma direta para o EBITDA. Ambientes de confiança não são "soft": um clima saudável acelera inovação, reduz conflitos e aumenta eficiência.

Decisões equivocadas em promoções drenam EBITDA. Colocar líderes despreparados em posições-chave gera ruído e perda de performance. Da mesma forma, uma cultura organizacional clara protege a margem. Empresas que toleram líderes ruins podem até bater meta no trimestre, mas pagam caro na consistência de longo prazo.

As perguntas que quase nenhum CEO faz (mas deveria)

Quanto do meu EBITDA atual está sendo corroído por um turnover evitável? Cada saída desnecessária é um rombo que não aparece no DRE de imediato, mas impacta direto o EBITDA. Custos invisíveis de seleção, treinamento, perda de inteligência e curva de aprendizado se acumulam. O problema não é a saída em si, mas a perda de quem foi embora por liderança fraca, cultura incoerente ou ausência de critérios claros.

Qual líder da minha empresa aumenta EBITDA e qual está drenando margem? Líderes não são neutros: ou puxam a performance para cima ou derrubam tudo em silêncio. Um líder tóxico pode até entregar resultado no trimestre, mas custa clima, criatividade e velocidade. O ROI que ele gera é ilusório — números bonitos de curto prazo em troca de uma perda estrutural de longo prazo.

O tempo de rampagem do meu time é aceitável ou está atrasando receita? Onboarding improvisado pode atrasar meses a contribuição de um novo talento. Isso significa receita adiada, meta comprometida e custo de oportunidade elevado. Empresas que tratam onboarding como formalidade jogam contra o próprio EBITDA. Rampagem lenta não é detalhe: é margem perdida.

Quanto já perdi em valuation porque a cultura não sustenta crescimento? Investidores sabem que cultura frágil é risco. Crescimento de receita não se sustenta quando turnover é alto, liderança é inconsistente e clima é tóxico. Isso impacta valuation porque mina a previsibilidade do negócio. O mercado valoriza quem escala gente boa com consistência. Sem isso, o cheque do investidor encolhe.

As respostas que ninguém gosta de ouvir

Se você não mede esses impactos, já está perdendo dinheiro. O EBITDA não mente. Ignorar turnover, tempo de rampagem, custo de líderes tóxicos e impacto do clima é jogar margem fora. O problema não é falta de dados, mas de coragem para encarar o que eles mostram: que o risco não está no mercado ou no produto, mas dentro da gestão de pessoas.

Se mantém um líder tóxico porque "entrega resultado", está sacrificando o EBITDA de médio prazo. Esse perfil pode bater meta no trimestre, mas destrói confiança, aumenta absenteísmo e provoca a saída silenciosa de talentos. O resultado imediato é uma ilusão cara: números comemorados hoje à custa de inovação e consistência amanhã.

Se seu RH só apaga incêndio, o custo é alto. Um RH estratégico antecipa riscos, evita contratações erradas, conflitos e promoções equivocadas. Sem essa visão, a empresa paga a conta em silêncio, refletida em despesas crescentes e perda de competitividade.

Se você não conecta cultura e liderança ao financeiro, está gerindo no escuro. Cultura não é discurso, é consequência de decisões diárias. Empresas com liderança fraca e cultura inconsistente perdem valuation porque não entregam previsibilidade. O mercado já mede isso e não perdoa.

Gestores de pessoas têm impacto direto no EBITDA. Eles podem ampliar a margem, acelerando performance e inovação, ou drená-la, tolerando ruídos, líderes ruins e decisões adiadas. Quer saber se sua liderança está fortalecendo ou corroendo sua empresa? Olhe para o seu EBITDA. Ele mostra a verdade que relatórios de clima nem sempre revelam.


*As opiniões do colunista não refletem, necessariamente, o posicionamento do Economia Real.

Comente esta notícia

Últimas notícias