FOBIA FINANCEIRA
COTTONBRO STUDIO/PEXELS
Homem com medo coloca as mãos no rosto; fobia financeira atrapalha uma em cada cinco pessoas
Publicado em 24/6/2025 - 6h00
Pode parecer maluquice, né? Quem é que não gosta de dinheiro? Mas a verdade é que tem muita gente morrendo de medo só de olhar o extrato bancário, abrir um boleto ou encarar a fatura do cartão de crédito. O coração acelera, a mão sua, bate aquela ansiedade e, nos casos mais sérios, até vira motivo de hospitalização.
Essa reação tem nome: Fobia Financeira. É um medo irracional de lidar com o próprio dinheiro. Só que, se a gente quer dormir tranquilo e realizar sonhos, precisa saber para onde está indo o nosso suado dinheirinho, entender como equilibrar as contas e, quem sabe, até começar a investir.
Tem gente que nem consegue abrir o envelope do banco ou o carnê do IPTU. E não pense que isso só acontece com quem está cheio de dívidas: pessoas com a conta em dia também sofrem com esse pânico. É tipo medo de avião ou de palhaço: irracional, mas real.
Quem percebeu isso primeiro foi o psicólogo britânico Brendan Burchell, em 2003. Ele conduziu uma pesquisa na Inglaterra e descobriu que 1 em cada 5 pessoas achava impossível lidar com o próprio dinheiro. Metade dos entrevistados relatava até taquicardia só de pensar em conta bancária ou investimentos.
E no Brasil? O cenário é ainda mais complicado. Já são mais de 75 milhões de endividados, segundo a Serasa. O combo desemprego, compras por impulso, falta de educação financeira e juros nas alturas cria o ambiente perfeito para o caos financeiro. Só para você ter ideia, a taxa Selic está em 15% ao ano, o que impacta diretamente nos juros cobrados pelos bancos.
Um empréstimo pessoal hoje pode sair pelo dobro do valor contratado. E tem financeira cobrando até 900% ao ano de juros para quem já está negativado. Isso mesmo: novecentos. Nem agiota faz isso (ou faz?).
Voltando à fobia: uma pesquisa do Instituto Locomotiva revelou que quase metade dos brasileiros sente algum tipo de receio quando o assunto é dinheiro. Tem gente que nem abre o boleto, o extrato ou a fatura do cartão de crédito por medo do que vai encontrar.
Dinheiro mexe com as emoções. O Prêmio Nobel Daniel Kahneman já mostrou isso há anos: a gente toma decisões financeiras baseadas em histórias, padrões e crenças que carrega desde criança. Quem cresceu em um lar endividado sabe o peso emocional que isso traz.
Sem saber quanto gasta, muita gente vive no famoso "acho que dá" — e aí o risco de erro é gigante. Uma conta errada aqui, um deslize ali… e pronto: orçamento furado. Se bobear, você vira mais uma estatística da Serasa.
Primeiro passo: Falar sobre dinheiro. Sério! Hoje parece mais fácil falar sobre sexo do que sobre boletos. Mas é justamente quebrando esse tabu que a gente começa a mudar de vida. Sem vergonha! Converse com amigos, familiares, filhos. Busque informação, troque ideias. Isso ajuda (e muito).
Se o problema for medo de olhar o rendimento dos investimentos, aqui vai um dado importante: a poupança rendeu só 7% no ano passado, enquanto o Tesouro Selic 2025 entregou 10,5%, com resgate diário. Mais seguro que a poupança, inclusive. E agora, com a Selic em alta, a renda fixa continua sendo uma excelente alternativa. Coragem para explorar outras opções de investimento!
Para se livrar da Fobia Financeira, é preciso encarar o problema de frente:
Segundo passo: entenda seus gastos
Venceu o medo? Hora de agir
Aqui vão alguns cursos gratuitos de educação financeira para aumentar sua confiança e reduzir a fobia:
Se identificou com esse conteúdo? Tem dúvidas ou quer contar sua história? Deixe um comentário! Sua experiência pode ajudar muita gente a enfrentar (e vencer) o medo de lidar com dinheiro.
*As opiniões do colunista não refletem, necessariamente, o posicionamento do Economia Real.
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.