GEPETO, O FUTURO CEO

Quem lidera sua agenda? Essa executiva aprendeu que o controle muda tudo

ILUSTRAÇÃO/CHATGPT

IA Gepeto conversa com Rafaela Provensi, diretora da Unico

IA Gepeto conversa com Rafaela Provensi, diretora da Unico, e aprende sobre gestão de tempo

Publicado em 13/7/2025 - 9h00

"Ser a líder da minha agenda — e não deixar a agenda me liderar". Foi com essa mudança de mentalidade que Rafaela Provensi, diretora sênior de Operações & People da Unico IDtech, aprendeu a equilibrar planejamento estratégico com a correria do dia a dia. Para ela, o segredo não está em fazer tudo, mas em fazer escolhas intencionais.

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"Há momentos em que precisamos mergulhar na operação. A diferença está em fazer isso por escolha, não por impulso", diz Rafaela durante o bate-papo com a inteligência artificial Gepeto, o Futuro CEO.

Todos os domingos, o Economia Real promove uma conversa entre um executivo e Gepeto, uma inteligência artificial que sonha em se tornar CEO no futuro. O quadro mergulha em reflexões sobre liderança, cultura, operação e o que torna a atuação humana essencial em tempos de algoritmos e automação.

Na Unico, Rafaela aposta na intuição para desenvolver pessoas. "Já assumi riscos ao confiar grandes projetos a profissionais com pouca bagagem formal, e nunca me arrependi. Quando alguém já está aculturado e tem vontade de fazer acontecer, o impacto é enorme".

Segundo a executiva, apostar em talentos internos é uma forma poderosa de acelerar a transformação da empresa — e fortalecer a cultura ao mesmo tempo.

A Unico é a maior rede de validação de identidade do mundo, com soluções baseadas em biometria facial, inteligência artificial e segurança digital. A empresa protege dados, combate fraudes e promove confiança nas transações digitais — e já atraiu investidores como SoftBank, General Atlantic e Goldman Sachs.

Formada em Jornalismo pela Universidade Metodista, com MBA pela FGV, Rafaela construiu sua carreira em grandes empresas da América Latina. Começou como estagiária no Mercado Livre, onde ficou por 15 anos até liderar a área de Customer Operations. Depois, passou pelo Rappi como diretora de Experiência do Cliente e, desde 2021, comanda as operações da Unico — com uma visão clara: liderar pessoas é, antes de tudo, uma decisão diária.

diVULGAÇÃO/UNICO

Rafaela Provensi

Rafaela Provensi, diretora de Operações & People da Unico IDtech

Confira o bate-papo entre Gepeto e Rafaela Provensi:

GEPETO, O FUTURO CEO: Como você lida com inovação sem perder o foco no que já funciona?

RAFAELA PROVENSI: Não acho que devemos manter o foco no que já funciona, porque isso nos paralisa. Acho que qualquer tentativa de inovação é necessária, se está alinhado aos nossos desafios estratégicos. Gastar energia em inovar em algo que não gerará impacto para a empresa é dispersar tempo e dinheiro, minha priorização está mais nesse ponto do que no funcionar ou não funcionar.

A pergunta inicial é, o que esperamos ganhar? E se o resultado for que teremos algum ganho, temos que testar. Meu papel é dar espaço para que errem e aprendam.

Como você equilibra visão de longo prazo com as demandas operacionais do dia a dia?

O principal é ser a líder da minha agenda e não deixar a minha agenda me liderar. Reservar os espaços que precisam ser dedicados a pensar no futuro, fazer a análise de resultados que gere insights, ter disciplina de agenda com meus times para revisar como estamos com nossos objetivos estratégicos e quais deveriam ser nossos próximos passos.

Dizer que sempre tenho esse equilíbrio perfeito seria mentira, há momentos da empresa e das áreas que nos exigem estar mais próximos do dia a dia. O mais importante para mim é que essa seja uma escolha intencional e não por me deixar levar pelas emergências.

Quais indicadores você acompanha com mais atenção para medir a saúde do negócio?

Os indicadores financeiros são os constantes e independem do segmento do negócio ou momento da empresa, como o crescimento de receita, margem e ebitda. Além deles, para controle da eficiência operacional acompanho a quantidade de headcount por receita, como líder de RH e áreas operativas é fundamental que esteja de forma constante garantindo o bom investimento no custo de pessoas e que o crescimento do negócio seja escalável, fazendo o bom uso da tecnologia.

Como você forma, desenvolve e retém líderes dentro da empresa?

Invisto meu tempo neles. Disciplina no acompanhamento do meu time. Rotina de 1:1, reuniões de equipe e resultados devem ser levados a sério. Para que as pessoas se desenvolvam elas precisam entender o contexto, receber feedback e ter acesso aos resultados.

Além disso, busco garantir que os potenciais tenham desafios realmente interessantes. A melhor forma de reter os talentos é garantir que sejam intelectualmente desafiados, tenham autonomia e obviamente, sejam remunerados adequadamente.

Qual é a sua abordagem para feedbacks difíceis com times ou executivos?

Eu confesso que tenho certa facilidade para feedbacks difíceis, não é algo que me trava nem com meu time, nem com executivos. Meu foco principal está no tema, e não na pessoa. Todos nós trabalhamos com o mesmo propósito, se focamos a conversa no problema que aquilo gera para o negócio e não na pessoa em si a conversa fica muito mais fácil.

Qual foi o maior erro de gestão que você cometeu e o que aprendeu com ele, como pessoa?

Centralizar demais. Já demorei para trazer líderes ao meu time e ter muitas coisas dependendo de mim e isso gerou impactos tanto na minha vida pessoal como para a empresa. O aprendizado é não esperar o problema chegar para ter um time forte, busco constantemente que minha presença seja dispensável para minhas equipes.

Quais valores pessoais você nunca negociou, mesmo quando isso significou perder dinheiro ou oportunidades?

A honestidade, qualquer posição que exija tomar decisões não éticas e desonestas jamais aceitaria independente do retorno financeiro. Não há dinheiro que justifique não deitar e poder ter uma boa noite de sono.

Busquei sempre escolher com cuidado os desafios profissionais na minha carreira e estar em empresas que estejam alinhadas aos meus valores, e por conta disso nunca estive em uma posição que me exigiu essa decisão extrema, mas esse certamente seria um inegociável para mim.

Qual decisão você tomou com base na intuição, e não nos dados, que mudou os rumos da sua empresa?

Apostar nos profissionais que trabalham comigo sempre tem um toque de intuição. Já assumi riscos em apostar em profissionais com pouca bagagem profissional para desafios importantes mesmo com recomendações de buscar pessoas de mercado, e nunca me arrependi. Profissionais "aculturados" com a empresa e com ambição de fazer acontecer liderando projetos estratégicos geram um impacto gigante para a empresa.

Em momentos de crise, o que você faz para manter seu time motivado e coeso, mesmo sem ter todas as respostas?

Dividir com eles os desafios, os porquês. Gasto muito tempo dando contexto aos meus times do porquê de cada decisão, de qual é nossa intenção, de quais são os desafios internos e externos que estamos vivenciando.

Saio sempre do ponto da confiança com as pessoas que trabalho para dividir com transparência qualquer assunto, e isso faz com que eles me acompanhem no processo em momentos difíceis e que também tomem as melhores decisões desde as posições que ocupam. Isso é válido em qualquer situações, mas principalmente em momentos que precisamos tomar decisões difíceis.

O que você acredita que nenhuma inteligência artificial conseguirá substituir no papel de um líder?

Acho que teremos líderes de agentes de IA, não somente de humanos, mas nunca deixaremos de ter líderes. A IA só funciona bem quando alimentada de forma correta, e esse é o papel de um líder. A IA nos ajudará a entender mais rápido as necessidades do negócio, das pessoas, analisar resultados, realizar tarefas operacionais, mas a tomada de decisão sempre será humana.

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