SEXTA SEGURA

Doença, acidente ou processo: Saiba como se proteger sem depender da CLT

ILUSTRAÇÃO/CHATGPT

Profissional autônomo analisa documentos e planeja proteção financeira.

Profissional autônomo analisa documentos e planeja proteção financeira. (Imagem IA)

Publicado em 31/10/2025 - 10h00

Mais de 32,5 milhões de brasileiros trabalham por conta própria, segundo o IBGE — e, sem os benefícios da CLT, ficam desprotegidos diante de imprevistos como doenças, acidentes ou perda de renda. Para reduzir esses riscos, seguros de vida, responsabilidade civil e previdência privada têm se tornado ferramentas essenciais para quem depende exclusivamente da própria produtividade para viver.

"O seguro de vida com cobertura de renda é um produto de proteção; a previdência privada é um produto de acumulação. Pense assim: o seguro de vida com DIT é o que garante que você possa continuar pagando suas contas, e até o seu plano de previdência, se ficar doente ou sofrer um acidente. Ele protege o hoje. A previdência é o que garante o seu futuro quando você decidir parar de trabalhar. Ela constrói o amanhã", explica Bruno Guaglianone, diretor de Benefícios – Vida da Alper Seguros, em entrevista ao Economia Real.

Além do risco imediato de perda de renda, há um desafio estrutural: a falta de aposentadoria formal. "Como não têm contribuição para o INSS garantida, muitos trabalhadores por conta própria não conseguem acumular recursos suficientes para uma aposentadoria tranquila. Para mitigar esse risco a longo prazo, a previdência privada é uma solução estratégica", afirma Carlos Gondim, diretor de Soluções de Acúmulo do Porto Bank.

Os especialistas reforçam que o seguro de vida ganha espaço entre os autônomos por oferecer cobertura em momentos críticos. "Um médico ou dentista que quebra o braço e não pode trabalhar por 60 dias, por exemplo, recebe uma diária previamente contratada para cobrir seus custos de vida nesse período. O preço desse seguro é 100% baseado no risco que a seguradora assume, levando em conta fatores como idade, profissão e valor da cobertura", explica Guaglianone.

Na Porto Seguro, as apólices têm sido adaptadas para esse público. "Um exemplo é a cobertura Diária por Incapacidade Temporária (DIT), que fornece uma assistência financeira durante períodos em que o profissional não puder trabalhar devido a doenças ou acidentes, ajudando a cobrir a perda de renda", detalha Lucimara Santos, gerente comercial nacional de Vida da empresa.

Ela acrescenta que o produto também cobre invalidez e despesas médicas. "Além disso, existe a cobertura de Invalidez Permanente Total ou Parcial por Acidente, que assegura uma compensação financeira caso o trabalhador fique permanentemente incapacitado. Também está disponível a cobertura de Despesas Médico-Hospitalares e Odontológicas, que reembolsa os custos com tratamentos de saúde. E, para situações mais específicas, a Majoração da Cobertura por Invalidez amplia a proteção, oferecendo um valor maior para membros específicos do corpo", completa.

Em segmentos mais técnicos, o risco vai além da saúde e envolve responsabilidade civil e danos a terceiros. "Para engenheiros e médicos, um erro ou omissão no exercício da profissão pode resultar em um processo judicial e uma condenação por danos, drenando o patrimônio pessoal e comprometendo a capacidade de trabalho futura", explica Robert Hufnagel, superintendente de Linhas Financeiras da Alper Seguros.

Nesses casos, o Seguro de Responsabilidade Civil Profissional (RC Profissional) atua como um escudo jurídico. "Ele cobre danos financeiros, corporais ou materiais causados a terceiros por falhas, erros ou omissões no exercício da profissão. As coberturas-chave incluem Custos de Defesa — que abrangem honorários advocatícios e custas processuais —, danos morais e difamação, e até despesas para a restauração da reputação do profissional", detalha Hufnagel.

Segundo ele, o perfil de quem busca essa proteção tem se ampliado. "O perfil é tipicamente o profissional com maior consciência de risco (médicos, engenheiros e consultores), com renda estável e patrimônio significativo a proteger. A demanda tem crescido, impulsionada pela judicialização no Brasil e pela maior conscientização sobre a importância do planejamento financeiro", completa.

Custos e erros mais comuns

O custo das proteções varia conforme o tipo de risco e o perfil do profissional. "Os planos de DIT partem de cerca de R$ 60 mensais, enquanto os de previdência privada podem começar com aportes a partir de R$ 50", explica Guaglianone, da Alper.

Na Porto, o valor de entrada também é acessível. "Iniciar um plano de previdência é bastante acessível, com um aporte inicial de R$ 1 mil ou contribuições mensais a partir de R$ 200. Já para o seguro de vida, os valores dependem de diversas variáveis como coberturas desejadas, capital segurado, idade e perfil de risco", afirma Gondim, do Porto Bank.

Mas, segundo os especialistas, o erro mais comum ainda é subdimensionar a cobertura. "O autônomo costuma optar pelo plano mais básico, sem considerar coberturas que o protejam durante a vida. Muitas vezes contrata um seguro que só cobre o falecimento, esquecendo-se de incluir opções como DIT ou Invalidez Permanente, que garantem renda caso ele fique temporariamente ou permanentemente incapaz de trabalhar", alerta Lucimara.

Hufnagel reforça o alerta: "O erro mais grave é contratar apólices baratas que expõem o patrimônio pessoal caso a condenação exceda o limite de indenização. Outro é ignorar o DIT, pois a falta de renda por doença é mais comum que um processo judicial. Além disso, muitos focam apenas na indenização e ignoram que o maior custo imediato do RC são os Custos de Defesa Legal, que precisam ser cobertos mesmo que o profissional seja inocentado".

Para os especialistas, o maior desafio ainda é mudar a mentalidade do autônomo — enxergar o seguro não como custo, mas como investimento em segurança financeira.

"É importante que o autônomo veja o seguro de vida como um investimento em estabilidade, e não como um gasto. Ele ajuda no planejamento financeiro, oferecendo proteção em casos de imprevistos, garantindo a continuidade tanto do trabalho quanto da segurança da família", resume Lucimara.

"Para um profissional com alta responsabilidade, como um engenheiro ou médico, o Seguro RC Profissional é, acima de tudo, uma salvaguarda da reputação e da continuidade dos negócios. Ele garante que o foco permaneça na excelência profissional, e não em preocupações com litígios ou incertezas financeiras", conclui Hufnagel.

comentáriosComente esta notícia

Últimas notícias

Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.

Economia Real