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Linhão de energia; conta de luz subiu 177% nos últimos 15 anos, diz estudo da Abraceel
Publicado em 9/6/2025 - 16h04
As tarifas de energia elétrica no Brasil aumentaram 45% acima da inflação entre 2010 e 2024, segundo estudo divulgado pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) nesta segunda (9). A pesquisa revela que, enquanto o mercado regulado registrou aumento de 177% nas tarifas, o preço no mercado livre ficou 64% abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mesmo período.
"Se houvesse apenas o mercado livre de energia, não haveria outra possibilidade a não ser Itaipu oferecer energia mais competitiva. Mas, como existe o mercado regulado, a tarifa de Itaipu incorpora gastos socioambientais e governamentais alheios aos custos da usina, já que essa energia será comprada compulsoriamente pelos consumidores regulados", explica Rodrigo Ferreira, presidente-executivo da Abraceel.
O levantamento analisou a evolução dos preços nos dois modelos de fornecimento de energia existentes no país. No mercado regulado, que atende mais de 99% dos consumidores, as tarifas passaram de R$ 112/MWh em 2010 para R$ 310/MWh em 2024, alta de 177%. No mesmo intervalo, o IPCA acumulou alta de 122%.
No ambiente livre, o preço de longo prazo registrou variação de apenas 44% entre 2010 e 2024: foi de R$ 102/MWh para R$ 147/MWh. Este mercado permite que seus participantes escolham fornecedores e características do fornecimento, como preço, prazo e fontes energéticas.
A disparidade entre os mercados ocorre devido a diversos fatores que pressionam as tarifas no ambiente regulado. Entre eles estão a indexação de contratos de longo prazo, reservas de mercado que obrigam a contratação de energia de determinadas fontes e a alocação inadequada de riscos aos consumidores, como o risco hidrológico, explica Ferreira.
Os principais afetados pelo aumento expressivo são residências e pequenos negócios, que representam a maioria absoluta dos usuários de energia no Brasil. Por outro lado, empresas de médio e grande porte, que constituem apenas 0,07% do total de consumidores brasileiros, têm acesso ao mercado livre de energia.
De 2003 até o ano passado, a tarifa residencial apresentou elevação de 269%, enquanto o IPCA cresceu 218% e o preço da energia no mercado livre aumentou apenas 90%.
O estudo foi realizado ao longo dos últimos meses, abrangendo dados desde 2003 até 2024. O mercado livre está em fase de crescimento, beneficiado por mudanças regulatórias recentes que ampliaram a possibilidade de acesso para milhares de consumidores.
Para a análise metodológica, a Abraceel examinou a média ponderada das Tarifas de Energia publicadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e também incluiu as bandeiras tarifárias vigentes anualmente, que cobrem custos de compra de energia e de Encargos de Serviço do Sistema (ESS).
No caso do mercado livre, foram utilizadas as curvas de longo prazo apuradas por consultorias especializadas, acrescidas dos encargos pagos diretamente pelos consumidores livres, como os ESS, Encargos de Energia de Reserva (EER) e de Reserva de Capacidade (ERCAP).
Este artigo foi produzido com uso de inteligência artificial, mas sob a supervisão e responsabilidade de jornalista profissional.
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