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Publicado em 29/7/2025 - 11h49
Com o avanço da inteligência artificial no trabalho, cresce também um medo comum entre profissionais: o de perder o emprego. A adoção de novas tecnologias sempre gerou inseguranças ao longo da história, mas especialistas reforçam que, ao invés de substituir o ser humano, a IA pode representar uma grande aliada na otimização de tarefas, aumento da produtividade e liberação de tempo para atividades mais estratégicas e criativas.
"Eu já uso bastante inteligência artificial no meu trabalho. Eu não acho que ela me substitui, disse Gustavo Cerbasi, educador financeiro e especialista em comportamento, durante entrevista ao podcast Café com Ferri — confira o vídeo no começo da página.
Durante o bate-papo com os investidores Rafael Ferri e Felipe Corleta, Cerbasi usou uma analogia internacional para ilustrar esse cenário: na Suécia, buracos nas ruas são tapados com auxílio do Dragon Patcher, uma máquina que automatiza o processo em minutos. No Brasil, o mesmo serviço ainda demanda equipes, ferramentas manuais e mais tempo.
Para o especialista, o papel da IA está mais em impulsionar a produtividade do que substituir empregos. "A IA ajuda, mas acho que ela vai ajudar muito mais em termos de produtividade, em atender a necessidades mais básicas do que tirar empregos. Escrever um livro, por exemplo, com ajuda do chat, é muito mais rápido. Mas ainda assim, o resultado segue um padrão reconhecível. Posso orientar a IA a fazer algo diferente, mas vai faltar a experiência humana para trazer o novo, a provocação", comenta.
A inteligência artificial também já é aplicada em larga escala no agronegócio. No campo, ela aumenta a eficiência produtiva, permite tomadas de decisão mais precisas e viabiliza o cultivo em regiões antes consideradas inviáveis. "Vai se ganhar mais dinheiro, mas não vai deixar de existir gente trabalhando no agronegócio", reforça.
Na opinião do especialista, a tecnologia vai, inclusive, abrir espaço para novos profissionais — desde que saibam diferenciar seu trabalho com criatividade e olhar crítico.
"Ainda será necessário ter o profissional que comande a IA e crie diferenciação, pra gente não padronizar demais. No passado já vimos que tentar uniformizar tudo não funcionou tão bem. A Revolução Industrial foi um exemplo: funcionou por um tempo. Mas hoje, o que as pessoas procuram? Um carro diferenciado, uma roupa sob medida. Algo que rompa com o consumismo do 'tamanho P, M, G'. Talvez a IA permita justamente individualizar mais o consumo, despadronizando aquilo que antes representava o excesso do consumo em massa", conclui.