OPINIÃO
ILUSTRAÇÃO/CHATGPT

Profissional observa o ambiente corporativo em contraste com lideranças performáticas.
Publicado em 30/10/2025 - 12h00
O mercado de trabalho virou o jogo. Hoje, bons profissionais não ficam onde apenas pagam mais, ficam onde faz sentido ficar. Eles querem líderes coerentes, empresas adultas e culturas reais. Querem clareza, menos discursos e mais critério. Menos "histórinhas", mais verdade. O que estamos vendo é o colapso das lideranças performáticas e o nascimento de um novo filtro: a consistência.
Porque o salário atrai, mas é o comportamento da liderança que retém. E é justamente aqui que muitas empresas estão perdendo. Durante muito tempo, reter talentos significava pagar bem.
Hoje, isso é o básico. O verdadeiro diferencial está na liderança e o mercado entendeu isso antes das empresas.
Nos últimos cinco anos, o cenário corporativo passou por uma revolução. A pandemia quebrou a ilusão do controle. A digitalização acelerou a autonomia. E a exposição das lideranças nas redes sociais trouxe à tona o que antes ficava escondido: incoerência.
O discurso bonito não sustenta mais o comportamento pobre. As pessoas começaram a enxergar, e a falar, sobre o que antes aceitavam em silêncio:
O resultado? Profissionais maduros estão escolhendo sair antes de adoecer. Não é que a nova era do trabalho seja "frágil". Ela só está mais lúcida. Entendeu que tempo, energia e saúde valem mais do que crachá. E que carreira de verdade não é sobre permanência, é sobre coerência.
Hoje, bons profissionais operam em dois eixos: performance e propósito. Eles entregam resultado, mas querem entregar para algo que faça sentido. Buscam reconhecimento, mas também ambiente.
E é por isso que a régua subiu. O líder que não sabe dar contexto, que evita feedback, que promete autonomia e centraliza tudo… perde. E rápido.
Cultura organizacional não é o que a empresa diz. É o que ela pratica. Quando há incoerência entre discurso e comportamento, o time percebe. A confiança cai, o engajamento desaparece e o turnover explode.
Empresas que ainda tentam reter talentos com campanhas de "bem-estar" e brindes corporativos estão brigando por um jogo que já acabou. A disputa real está acontecendo em outro campo: o da credibilidade.
As pessoas estão mais conscientes, corajosas e ousadas porque a informação democratizou o poder. Hoje, qualquer funcionário sabe como é trabalhar dentro de uma empresa, basta perguntar a quem já saiu.
A reputação de uma cultura circula mais rápido do que qualquer vaga publicada. E isso muda tudo. As empresas que entenderem essa nova guerra por talentos também vão compreender que liderança coerente é o novo benefício corporativo — e cultura sólida é o maior fator de retenção.
*As opiniões do colunista não refletem, necessariamente, o posicionamento do Economia Real.
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