NA LATA
ILUSTRAÇÃO/CHATGPT
Líder analisa pasta de desempenho enquanto sombra de funcionário preocupado aparece na parede.
Publicado em 21/8/2025 - 12h20
Empresas fazem entrevista, teste, alinhamento de perfil, checagem de referência e onboarding para contratar. Mas na hora de demitir? Improviso, desconforto e adiamento. É curioso: existe um processo inteiro para a entrada e quase nenhum critério claro para a saída.
Como se manter alguém desalinhado fosse menos arriscado do que contratar errado. Só que não é. E a conta sempre chega. Quem você mantém no time diz mais sobre a sua empresa do que qualquer frase bonita na parede.
Se você é dono de um negócio, precisa entender uma coisa: empresa boa só roda com gente boa. E manter alguém desalinhado, improdutivo ou corrosivo dentro da equipe é um comportamento que você não pode bancar.
É impressionante como empresários contratam com agilidade, mas travam na hora de demitir. Seguram pessoas incompetentes por meses — às vezes, anos. Sempre com a mesma desculpa: "Mas agora vai mudar", "Não é tão ruim assim", "Estamos em um momento difícil", "Vai dar trabalho repor", e por aí vai.
Só que enquanto você espera a pessoa melhorar, o resto do time está comprometido. Cultura organizacional é um sistema vivo: quando você tolera o comportamento errado, ensina o restante da empresa a baixar o padrão.
Demissão não precisa ser um drama. É gestão de pessoas. É uma ferramenta legítima de coerência cultural e saúde organizacional. E quanto mais você adia, maior o estrago.
Só que tentar não é suficiente. A régua de avaliação precisa ser clara: desempenho, comportamento e alinhamento. Se a pessoa não está entregando e não está evoluindo, simples.
Não é no primeiro erro. Nem na primeira queda de desempenho. Mas também não é depois de um ano de resultados evidentemente ruins.
Antes de decidir, o gestor precisa avaliar:
Se a resposta for sim para todas essas perguntas, a demissão é um movimento de respeito à empresa, ao time e até à própria pessoa.
Lembre-se: se você já fez tudo o que podia (deu feedback, direcionamento, suporte e tempo), a demissão não é um erro. É um ato de responsabilidade na liderança empresarial.
*As opiniões do colunista não refletem, necessariamente, o posicionamento do Economia Real.
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