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DIVULGAÇÃO/COMPANHIA DE ESTÁGIOS
Estagiário recebe orientações de líder durante trabalho presencial; entenda os tipos de estágio
Publicado em 15/7/2025 - 10h25
O mundo do trabalho precisou se reinventar nos últimos anos, especialmente após a pandemia da Covid-19, o que fez empresas e lideranças buscarem soluções para implementar programas de estágio em diferentes formatos: presencial, híbrido ou estágio. Especialistas afirmam que os universitários precisam ficar atentos para entender os prós e contras de cada contrato.
"Para estagiários, a presença física é fundamental para formar referências, construir laços e desenvolver noções de performance e propósito", diz Ana Eliza, coordenadora de Recursos Humanos da Companhia de Estágios. O modelo presencial ainda oferece vantagens importantes, como a convivência com colegas e líderes, a rápida absorção da cultura organizacional e o aprendizado informal no dia a dia da empresa.
Por outro lado, o deslocamento diário é visto como um obstáculo pelos jovens, especialmente para quem mora longe do local de trabalho. Nessa equação, o modelo híbrido de estágio, que combina dias presenciais e remotos, surge como uma alternativa equilibrada.
Segundo dados da consultoria Cushman & Wakefield, o modelo híbrido foi adotado por 42% das empresas em 2024, queda em relação aos 74% registrados em 2022. Ainda assim, especialistas consideram o formato híbrido o mais adequado para o desenvolvimento de estagiários.
"Acredito no híbrido como o formato que mais favorece a produtividade e o bem-estar", destaca Ana Eliza. A combinação entre presença física e flexibilidade permite mais aprendizado, interação com a equipe e contato com a cultura da empresa — sem abrir mão da autonomia valorizada pelas novas gerações.
O modelo 100% remoto pode funcionar bem para quem já tem experiência e consegue gerir seu tempo com autonomia. Além disso, amplia a diversidade regional nas contratações e promove a inclusão, desde que as empresas ofereçam suporte e ferramentas adequadas. No entanto, para estagiários em início de carreira, pode ser um desafio.
Esse formato exige esforço adicional para garantir engajamento e aprendizado. Muitos jovens ainda não têm referências sobre gestão de tempo, trocas constantes, valores e cultura organizacional, comenta a especialista.
Ela destaca que o sucesso do estágio remoto depende de uma liderança presente, com rotinas claras, orientação constante e acompanhamento próximo: "O estagiário está formando seu caráter profissional, e o líder é sua principal referência".
A falta de trocas espontâneas pode dificultar a curva de aprendizado. Dúvidas simples demoram mais a ser resolvidas, exigindo que a empresa adote estratégias específicas para garantir um ambiente de desenvolvimento.
Por isso, o estágio híbrido se apresenta como um meio-termo valioso, equilibrando foco e autonomia com convivência e aprendizado presencial. "Pessoas felizes e engajadas produzem mais. O híbrido respeita esse equilíbrio", resume a especialista.
A escolha do modelo ideal de estágio vai além do formato de trabalho. Segundo a pesquisa da Cushman & Wakefield, 48,4% das empresas voltaram ao modelo presencial — especialmente em setores como indústria, construção civil e farmacêutico.
No entanto, cada caso deve ser analisado individualmente. "Vale avaliar cada oportunidade em sua totalidade: cultura da empresa, projeto de desenvolvimento, propósito. O formato é só um pedaço dessa equação", explica Ana Eliza.
Aspectos como possibilidade de aprendizado, plano de carreira, mentorias e treinamentos devem pesar mais do que o modelo de trabalho em si. A especialista cita o caso de uma estagiária que trocou o híbrido por uma vaga 100% presencial em uma grande empresa. "Ela viu uma chance real de acelerar sua carreira, e isso falou mais alto", conclui.
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