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Mulher com reflexo de arco-íris; pesquisa mostra que pessoas LGBT+ temem preconceito no trabalho
Publicado em 30/6/2025 - 6h00
A falta de acolhimento ainda é um dos principais obstáculos para a inclusão de profissionais LGBTQIAPN+ no mercado de trabalho brasileiro. De acordo com uma pesquisa da plataforma Infojobs, sete em cada dez profissionais da comunidade já deixaram de se candidatar ou pensaram em desistir de vagas de emprego por não se sentirem seguros em relação à cultura das empresas.
O levantamento, realizado com mais de 800 profissionais, aponta que a retração de políticas de diversidade e inclusão tem impacto direto na experiência de quem busca uma vaga. Segundo os participantes, 51% afirmam que essas ações perderam espaço nas empresas.
"Ainda que essas ações oficiais tenham sumido do calendário de muitas empresas, é preciso reforçar um ambiente de pertencimento que acolha também esses talentos em cada etapa da jornada. Essa deve ser uma responsabilidade de todos", diz Ana Paula Prado, CEO do Grupo Redarbor Brasil, controlador do Infojobs.
O levantamento também mostra que 72,7% dos profissionais LGBTQIAPN+ já sofreram algum tipo de preconceito no ambiente de trabalho, seja de forma direta ou indireta. Entre essas pessoas, 64% relatam que os episódios ocorreram mais de uma vez.
Para além do constrangimento, o preconceito tem efeitos diretos na permanência e na performance desses profissionais. Muitos se afastam de equipes e lideranças, ou deixam a empresa por não suportarem o ambiente hostil.
Esse cenário leva também a um comportamento defensivo: 60,5% dos entrevistados dizem se sentir mais seguros ao trabalharem sozinhos do que em equipe ou em espaços compartilhados. "O isolamento, infelizmente, se torna uma estratégia de proteção quando o profissional não se sente acolhido", afirma a executiva.
A pesquisa também mostra que a maioria das empresas ainda falha em oferecer um ambiente efetivamente diverso e representativo:
Na visão da executiva, o acolhimento vai além das políticas formais e deve envolver lideranças e colegas de equipe. "Sem essa integração, o desenvolvimento profissional fica comprometido. Quando o simples ato de se integrar é o obstáculo, é sinal de que mudanças no ambiente são urgentes", diz.
Apesar do cenário desafiador, a pesquisa aponta uma solução possível: a tecnologia pode ser aliada na construção de processos mais justos. Para 61,3% dos entrevistados, processos seletivos digitais, mais imparciais e baseados em dados, são o caminho para contratações mais inclusivas.
Além das vagas afirmativas, os profissionais defendem a valorização de habilidades e da compatibilidade entre candidatos e cultura da empresa, algo que plataformas com algoritmos inteligentes já conseguem mapear.
"Devemos aproveitar a tecnologia, as IAs e as novas ferramentas como caminhos para uma diversidade mais sólida, mas também fornecer um ambiente saudável para essas pessoas depois da contratação. A solução precisa ser plural: as empresas devem garantir segurança e inclusão, e os colegas, agir com respeito e responsabilidade no dia a dia", finaliza Ana Paula.
Este artigo foi produzido com uso de inteligência artificial, mas sob a supervisão e responsabilidade de jornalista profissional.
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